sábado, 28 de dezembro de 2013

A LIÇÃO DA MANJEDOURA


Deus entra na nossa história não pela via da opulência, mas pela via da humildade.

O sinal de Deus não está num palácio. Está numa manjedoura.

Eis a lição jamais devidamente apreendida. É tão frequente, nestes dois mil anos, ouvir falar do presépio num ambiente de pompa, com vestes sumptuosas.

Divino (eis a permanente interpelação) não é o grande caber no grande. Isso qualquer humano consegue. Divino é o infinitamente grande caber no infinitamente pequeno.

Vale a pena recordar, a este propósito, o aforismo de Hölderlin: «Non coerceri maximo, contineri tamen a minimo, divinum est» («Não ser abarcado pelo máximo, mas deixar-se abarcar pelo mínimo, isso é que é divino»).

Há, aqui, uma inversão de valores, reconhecida, aliás, por Maria no Magnificat: humilhação dos soberbos e exaltação dos humildes (cf. Lc 1, 52).

De facto, Deus inverte o máximo e o mínimo, o maior e o menor, o grande e o pequeno.

O máximo é o que parece mínimo. O maior é o que se apresenta como menor. O verdadeiramente grande é o que nos surge como pequeno.

Quando aprenderemos a lição da manjedoura?

http://theosfera.blogs.sapo.pt/2267552.html

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O DEUS MENINO



«O Deus menino é a conversão da lógica de um Deus do poder. 

O Deus de fraldas não assusta, não constrange, não impõe. 
É convidativo. 
Todos, sem exceção podem se aproximar». 



Márcio Cardoso

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

NÃO FIQUEMOS À ESPERA DO NATAL


Natal é a mesa farta,
mas é sobretudo a alma cheia.

Natal é Jesus, Natal é a família,
Natal é a humanidade e Natal também és tu.

Não fiques à espera do Natal,
sê tu mesmo o melhor Natal para os outros.

Constrói um Natal para todo o ano,
para toda a vida.

Tu és o Natal
que Deus desenhou e soube construir.

É por ti que Deus hoje continua a vir ao mundo.
É em ti que Ele também renasce.

Sê, pois, um Natal de esperança,
de sorriso e de abraços,
de aconchego e doação.

Também podes ser um Natal com algumas lágrimas.
São elas que, tantas vezes, selam o reencontro e sinalizam a amizade.

Eu vejo o Natal no teu olhar, no teu rosto, no teu coração,
na tua alma, em toda a tua vida.

Há tanta coisa de bom e de belo em ti.
Tanta coisa que Deus semeou no teu ser.

Descobre essa riqueza, celebra tanta surpresa,
partilha com os outros o bem que está no fundo de ti.

Diz aos teus familiares que os amas,
aos teus amigos que gostas deles,
aos que te ajudam como lhes estás agradecido.

Não recuses ser Natal junto de ninguém. Procura fazer alguém feliz.

Não apagues a luz que Deus acendeu em ti.
Deixa brilhar em ti a estrela da bondade e deixa atrás de ti um rasto de paz.

Que tenhas um bom Natal.

A partir de agora. Desde já. E para sempre!

Fonte: http://theosfera.blogs.sapo.pt/2255051.html

sábado, 21 de dezembro de 2013

O NATAL É UM POEMA QUE SE DECLAMA COM A VIDA


«Vejo a palavra. Vejo os presentes. Vejo as luzes. Vejo as correrias. Vejo a chuva. E vejo o frio. Só não vejo o Natal. (...)

Não sei porquê. Há qualquer coisa que se vai apagando. E há muita coisa que vai doendo.

O Natal é, sem dúvida, contagiante. Mas a palavra Natal em certos lábios provoca um calafrio mais frio que o próprio frio. É que há vidas que não sabem a Natal. Há vidas que negam o Natal.

Falar sobre o Natal não custa.
Viver o Natal é que é importante.

O Natal não se diz com os lábios.
O Natal é um poema que se declama com a vida.

É nos pequenos, nas pessoas verdadeiras e nos corações puros que eu vejo brilhar a estrela de Natal».

Fonte: http://theosfera.blogs.sapo.pt/470386.html

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

UM EXAGERO DE BONDADE

«O Evangelho é um exagero... é um desbordar das nossas fronteiras de comportamento aceitável... Vamos procurar as "boas maneiras" de Jesus aos evangelhos e ficamos espantados... Bem nos rimos algumas vezes ao imaginar Maria a desculpar-se às amigas depois de mais uma "avaria" de Jesus em qualquer lado, na casa de um fariseu ou falando para uma multidão: "Não foi em casa que ele aprendeu estas coisas! Não foi esta a educação que eu e meu José lhe demos!" O Evangelho é um exagero... é um abuso, o próprio abuso de Deus a acontecer no meio de nós! E a negação do meio-termo como medida de virtude e o desmascarar das nossas boas intenções...
Há muitas pessoas boas que não se pode dizer que construam o Bem, o defendam ou lutem por ele. O Reino de Deus não é coisa de Bons mas de Bem-Aventurados! Bem-aventurados são os que se metem na Aventura do Bem!» 

Rui Santiago cssr, em "Como um Diário..."



domingo, 15 de dezembro de 2013

A AVENTURA DO BEM

«Mais importante que toda a educação do mundo é a sensibilidade aos sinais dos tempos e aos sinais dos irmãos, sensibilidade que se faça ousadia criativa, invenção de caminhos, alternativas! A Sensibilidade é a suprema competência humana, mais valiosa que qualquer outro saber e a Delicadeza é mais admirável que as "boas maneiras"... Muitas vezes, aquilo a que chamamos "educação" não é mais do que domesticar o que há em nós de sensível e revoltoso diante da injustiça, do mal e da mentira. O que não falta são pessoas "bem-educadas" mas não "Bem-Aventuradas". Esse sim é o propósito do Projeto de Jesus... a Bem-Aventurança, o desafio à Aventura do Bem, à Aventura de assumir como verdadeiro e possível o anúncio do Reino de Deus já Presente». Rui Santiago cssr, em "Como um Diário..."



quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A FÉ QUE NOS UNE

«Experimento a Fé como uma experiência de Lucidez, de Luz derramada sobre a realidade que a purifica e desdramatiza. Também experimento a Fé como uma maneira de olhar a partir daquele "lugar" chamado Esperança... E, acima de tudo, o caminho de aprofundamento da Fé que temos o privilégio de poder fazer, abre-nos o horizonte da Vida tão para além dos nossos limites individuais que parece que tudo começa a ter um Sentido qualquer...
Abandonar a perspectiva solitária dos nossos próprios projectos individuais e do microcosmos formado apenas por aqueles de quem gostamos e não gostamos é profundamente libertador! 
Sentir-se Pertença de um Projecto que está rascunhado no próprio coração de Deus, um Poema dito pelos Seus lábios e uma História que Ele tem gravada nas palmas das mãos com o Nome e Rosto de cada um dos participantes, uma Aventura que diz respeito a toda a Humanidade e transcende todas as limitações de tempo e de espaço, isto dá um alcance extraordinário a cada vida humana. Porque nos faz admirar em cada pessoa, precisamente ao mesmo tempo e pelo mesmo motivo, a importância imprescindível e a desimportância libertadora...»

 Rui Santiago Cssr, em "Como um Diário"





domingo, 8 de dezembro de 2013

A LIBERDADE INTERIOR


Recomendo:

«A Liberdade Interior» - Jacques Philippe

«Observei muitas vezes que as pessoas mais críticas são aquelas que têm em si um grande vazio espiritual. Chego a perguntar-me se determinadas pessoas não sentem necessidade de fabricar inimigos para poderem existir, precisamente por ser enorme o seu vazio interior...

Se o mal penetra o nosso coração, é porque aí encontra um lugar onde se instalar, uma certa cumplicidade.
Se o sofrimento nos faz azedos e maus, é por termos o coração vazio: vazio de fé, de esperança e de amor.
Pelo contrário, se nele houver uma total confiança em Deus, se esperar tudo da Sua bondade e fidelidade, se a finalidade da nossa vida não for a procura de nós mesmos, mas fazer a vontade de Deus, amá-l`O de todo o coração e amar o próximo como a nós mesmos, então o mal não pode penetrar nele de maneira nenhuma.

Se nos enraizarmos em Deus pela fé e pela oração, se deixarmos de censurar aqueles que nos rodeiam por tudo o que não corre bem na nossa vida e de nos considerar vítimas dos outros ou das circunstâncias, se assumirmos decididamente as nossas próprias responsabilidades e aceitarmos a nossa vida como é, se lançarmos mão, constantemente, das nossas capacidades de crer, esperar e amar, se estivermos resolvidos a conquistar a liberdade de que temos falado (liberdade interior), ela ser-nos-á progressivamente concedida.»

Mais trechos do livro em: http://abrigodossabios-paulo.blogspot.pt/search/label/Jacques%20Philippe

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

UMA PALAVRA QUE SE RENOVA


«(...) Importa continuar, porque Deus é uma Palavra que não pára de se dizer, tão genialmente criativa que só em momentos de espaço em branco posso deixar escrever linhas e letras nas cores mais inesperadas.»

António Valério, sj

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

YESHUAH


Recomendo:

"YESHUAH" - Rui Santiago

Uma viagem única pela vida de Jesus através das páginas dos Evangelhos. Um livro que nos transmite a experiência profunda, libertadora e transfiguradora de encantamento e fascínio por Jesus de Nazaré, «pela força com que nele se exprime a Vida, o melhor do Ser Humano e o agir de Deus». 

Recorro às palavras de José Frazão Correia, em "A Fé vive de afeto", para ilustrar a profunda humanidade de Jesus, que o livro do Rui Santiago tão bem explora e aprofunda: «...olhemos, pois, para Jesus, a história mais conseguida de uma vida humana. Deixemo-nos tocar pelo estilo da sua presença e pela qualidade das suas relações. Vejamos como como toca e se deixa tocar, como se aproxima e se afasta, como acolhe e como contesta, como toma a palavra e como faz silêncio. Reparemos como nasce, como vive e como morre, e como, pela autenticidade da sua vida, testemunha que a nossa vida é a maior bênção com a qual Deus nos assinala desde a criação do mundo...»

É o que vos convido a fazer através da leitura de "YESHUAH".

«Sinto-me cada vez mais encantado por Jesus de Nazaré, pela força com que nele se exprime a Vida, o melhor do Ser Humano e o agir de Deus.

E continua a acontecer eu ir dar uma volta pelas páginas dos evangelhos e encontrar-me com lugares de onde vejo as paisagens de sempre de uma maneira nova, e o próprio Jesus me aparece de repente de onde nunca me tinha dado conta que ele saísse ao meu encontro. Eu próprio me vejo novo!(...)
Andei há procura do rosto de Jesus enquanto Mestre, Líder de discípulos e Sábio à volta do qual até se reuniram pequenas multidões… Como é que Jesus ensinava? Rasgos da sua pedagogia no trato com os discípulos… E com as multidões? Qual era a sua postura com as multidões? Como lidava com os adversários do seu anúncio, que não só se metiam consigo como às vezes tentavam “pegar” nos seus discípulos? Quais as experiências que estão no coração da sua sabedoria e da sua liderança carismática? E qual a pedagogia que está presente na sua maneira de ensinar e no jeito de relacionar-se com as pessoas?

O meu “método” para este tipo de procuras é sempre o mesmo: escolho um evangelho e meto-me por ele adentro com os olhos apontados para o que procuro. A partir daí, deixo-me levar…» Rui Santiago

Podem adquiri-lo aqui:http://livrosporcorreio.blogspot.pt/search/label/Rui%20Santiago

domingo, 1 de dezembro de 2013

POR FALAR EM PECADO

«Só há um pecado: o pecado de ser o contrário de Deus, de não nos criarmos, de ficarmos escravos do nosso egoísmo, do eu, do olhar sobre nós mesmos. É este o único pecado» François Varillon, em "Viver o Evangelho" 


«O orgulho endurece-nos, a avareza fecha-nos, a inveja rói-nos, a luxúria corrompe-nos, a gula embrutece-nos, a cóleradesfigura-nos e a preguiça paralisa-nos.» - Paul Claudel, citado por François Varillon, em "Viver o Evangelho"

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A SEMENTE DO EVANGELHO


"Os olhos de quem vai de começo em começo, numa vida de comunhão com Jesus Cristo, não se fixam nos seus próprios progressos ou retrocessos.
A semente do Evangelho, depositada nas profundezas do ser, germina e cresce dia e noite."

Irmão Roger, de Taizé, em "Viver em tudo a Paz do Coração"

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O DOM HUMILDE DE NÓS PRÓPRIOS

"Para uma vida ser bela, não é indispensável possuirmos capacidades extraordinárias ou sermos muito dotados: existe felicidade no dom humilde de nós próprios. (...)


(...) A nossa confiança em Deus pode ser reconhecida quando se exprime no dom simples das nossas vidas: é acima de tudo quando é vivida que a fé se torna credível e se comunica.»

Irmão Roger, de Taizé, em "Em tudo a paz do coração"

domingo, 24 de novembro de 2013

DÁ-NOS IRMÃOS

Oh Deus, envia-nos loucos, os que se comprometem a fundo, os que se esquecem de si mesmos, os que amam com algo mais do que palavras, os que entregam a sua vida de verdade e até ao fim.


Dá-nos loucos, doidos, homens apaixonados capazes de dar o salto para a insegurança, para a incerteza surpreendente da pobreza.
Dá-nos loucos, que aceitem diluir-se na massa anónima sem pretensões de erigir um pedestal, que não utilizem a superioridade em seu proveito.
Dá-nos loucos, hoje, enamorados de uma forma de vida simples, libertadores eficientes, amantes da paz, puros de consciência, decididos a nunca trair, livres e obedientes, espontâneos e persistentes, doces e fortes.
Louis-Joseph Lebret op

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

DE OLHOS BEM ABERTOS

«(...) Hoje a COMPAIXÃO pelos pobres tem que ter os OLHOS BEM ABERTOS… É que, de um momento para o outro, alguém que bem conhecemos passou a ter fome, envergonhada e silenciosamente, porque foi atirado para a margem do desemprego e, nós somos peritos em maneiras de acolher e ajudar que não libertam das margens quem está caído ou preso nelas… Temos maneiras de amar que põem a nu um amor unicamente meloso e sentimental.

E, um amor meloso e sentimental é um amor sem vitalidade que é capaz de dar muitas oportunidades sem dar, nem se dar a si mesmo, uma única oportunidade de mudança…

Não poucas vezes nos sentimos “desfeitinhos de pena” mas, em nós não há lugar a uma réstia de ousadia que nos leve a ter Fé no Homem, a ter Fé no “outro” que não é senão “este”, homem, mulher, velho ou criança, que temos à frente dos olhos e ao alcance das mãos.

Só um Amor de OLHOS BEM ABERTOS nos dá aquele golpe de asa  capaz de fazer descer Deus do Céu, de tirá-Lo do Templo e de ir ao Seu encontro no Homem, bem no Centro do Humano, nas linhas de fractura onde o Humano se move e se vive, na saúde, na alimentação, na dignidade, na justiça. Era por aí que Jesus andava e escandaliza.

É sempre Ele que nos aponta esse MODO TÃO ÚNICO DE AMAR - ENGENHOSO, CRIATIVO, NÃO JULGADOR, INCANSÁVEL, verdadeiramente HUMANO - a que chamamos COM-PAIXÃO!»

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O DEUS EM QUEM NÃO CREIO (2ª PARTE)

Eu nunca acreditarei:

no Deus que não precisa do homem;
no Deus-árbitro que só julga de regulamento na mão;
no Deus que exija sempre vinte valores nos exames;
no Deus capaz de ser explicado por uma filosofia;

no Deus incapaz de amar o que muitos desprezam;
no Deus insensível diante de uma rosa;
no Deus incapaz de perdoar o que muitos condenam;

no Deus para quem os homens valessem, não pelo que são, mas pelo que têm ou representam;

no Deus que não aceita uma cadeira nas nossas festas humanas;
no Deus que, para nos tornar felizes, nos oferecesse uma felicidade divorciada da nossa natureza humana;

no Deus que só os de idade madura, os sábios, os instalados, podem compreender;
no Deus asséptico (=desinfectado), elaborado no gabinete por tantos teólogos e canonistas;
no Deus que “prefira” os ricos e os poderosos;

no Deus a quem agrade a beneficência de quem não pratica a justiça;
no Deus que criasse discípulos desertores das tarefas do mundo e
indiferentes à história dos seus irmãos;
no Deus que destruísse a terra e as coisas que o homem ama, em vez de as transformar;

no Deus que defendem os que nunca sujam as mãos, os que nunca se assomam à janela, os que nunca se deitam à água;
no Deus que agrade àqueles que dizem sempre: “vai tudo bem”.

Juan Arias, em "“O DEUS EM QUEM NÃO CREIO” (com ligeiras adaptações pessoais)

sábado, 16 de novembro de 2013

O DEUS EM QUEM NÃO CREIO (1ª PARTE)

Eu nunca acreditarei em:

«Um Deus que condene a matéria.
Um Deus que ame a dor.
Um Deus que acenda luz vermelha contra as alegrias humanas.
Um Deus mágico e feiticeiro.
Um Deus que se faça temer ou que não se deixe tratar por tu.
Um Deus que se torne monopólio de uma igreja, de uma raça, de uma cultura ou de uma casta.
Um Deus incapaz de compreender que as crianças têm o direito de brincar e são esquecidas.
Um Deus que se diverte, condenando.
Um Deus que “manda” para o inferno.
Um Deus que nunca tivesse chorado pelos homens.
Um Deus que não vá ao encontro de quem O abandonou.
Um Deus que exija do homem que, para crer, renuncie a ser homem.
Um Deus dos que creem que amam Deus porque não amam ninguém.
Um Deus que não possa ser percebido nos olhos de uma criança ou de uma mulher bonita ou de uma mãe que chora.
Um Deus que não tivesse nascido de uma mulher;
Um Deus no qual eu não possa esperar contra toda esperança. (...)

Sim, o meu Deus é... outro Deus».

Juan Arias, em "O Deus em quem não creio" (com ligeiras adaptações pessoais)

domingo, 10 de novembro de 2013

SE QUERES SABER QUEM ÉS


«O Cristianismo (...) não propõe a realização do homem nas suas ambições, mas sim a sua perdição nas suas dádivas. Para Jesus, o homem, cada homem, existe para se dar, para se entregar. (...)

Se queres saber quem és, entrega-te ao mundo e aos outros. Nesse caminho de perda de ti, contigo te encontrarás. Assim, se queres possuir uma coisa, terás de a dar. É curioso: todos nós sabemos que, enquanto vivemos na avareza, parece que tudo se nos escapa, que nada temos entre as nossas mãos. (...)

Quando damos tudo o que temos, apodera-se de nós uma alegria energética que nos dá a sensação de que tudo possuímos, de que todas as coisas são nossas. (...)

Na medida em que nos entregarmos às palavras do Mestre Jesus, nessa medida nos serão dadas todas as coisas de que precisamos».

Gabriel Magalhães, em "Espelho meu - a leitura diária do Evangelho pode mudar a vida"

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

DECLARAÇÃO DE ETERNIDADE



«Não pode permanecer na morte quem gasta a sua vida pelo amor.» 



Acredito que de cada vez que uma Pessoa Humana diz a outra “Amo-te”, está a fazer-lhe uma Declaração de Eternidade, está a dizer-lhe: “Nunca morrerás! Viverás para sempre!” 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

VERDADEIRA CONVERSÃO


«Converter-se a Deus é admitir que o Amor tem uma palavra definitiva em mim e na minha história». 

António Valério s.j.

sábado, 2 de novembro de 2013

CAMINHA A MEU LADO

Foto: @Elena Shimunova

Não lutes e não te esforces tanto, meu filho.
Não tens qualquer corrida a terminar, uma razão a provar,
um obstáculo a ultrapassar para ganhares o meu amor.
Já to dei.
Amei-te desde antes do primeiro sopro da criação.
Sonhei-te tal como moldei Adão a partir da lama.
Vi-te molhado quando saíste do ventre.
E então amei-te.

Aceita o meu jugo e aprende comigo, porque o meu jugo é agradável e o meu fardo é leve.
Pára de correr mais depressa que o teu passo;
Acabarás esgotado, sem forças, e consumido, antes de concluída a tarefa.
Avança ao meu ritmo, caminha a meu lado.

Pensas que não sei das exigências da tua vida?
Vejo-te lutares pela perfeição, ansioso por que te aceite.
Vejo-te contorceres-te para te adaptares à imagem que tens de mim.
Imaginas que não sabia quem eras quando te fiz, quando te teci no ventre da tua mãe?
Pensas que plantei uma figueira esperando que florissem rosas?
Não, filho, eu semeei o que queria colher.

Tu és o meu filho preferido.
Procura a tua alegria mais profunda e aí me encontrarás.
Descobre o que te faz ser mais verdadeiramente tu próprio
e fica a saber que aí estarei.
Faz o que te dá prazer
E estarás a trabalhar comigo,
A caminhar comigo,
A encontrar a tua vida
Escondida em mim.

Pergunta-me o que te apetecer.
A minha resposta é amor.
Quando quiseres ouvir a minha voz,
Tenta escutar o amor.
Como podes agradar-me?
Dir-te-ei:
Amor.
Queres conhecer-me?
Anseias por me seguir?
Queres chegar até mim?
Procura e dá amor.

Desmond Tutu e Mpho Tutu

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O CAMINHO DA FÉ


Foto: @Elena Shimunova

«O caminho da Fé (...) não é uma rota de êxitos - de espetáculos pessoais. Trata-se, pelo contrário, de uma vida oculta. Quanto mais felizes somos, quanto mais profunda é a nossa felicidade, menos nos veem. Pode até parecer que a nossa biografia não passa de um fracasso, de um imenso apagamento. É nesta altura, porém, em que ninguém nos vê, que os nossos passos se tornam algo imparável.

E o que é que existe dentro de nós? Algo de tão impalpável, algo de tão imponderável como é o amor. Porque ser cristão consiste realmente em aprender a transbordar amor. Em ser amor, em cada momento que passa. E o amor não se vê ao mesmo tempo que intensamente é. Quem, amando, desaparece no exercício desse amor reaparece na eternidade». 

Gabriel Magalhães, em "Espelho meu"

domingo, 27 de outubro de 2013

O AMOR ABSOLUTO

Jesus disse: “Aquele que olha para traz quando já tem a mão no arado, esse não é apto para o reinado de Deus” (Lucas 9, 62)

"Por que vacilo tantas vezes no caminho para a fonte? 

Por que me agarro a coisas exteriores que me distraem do meu interior? 
O compromisso com o “reinado de Deus” exige-me limpeza de coração e uma entrega sem tréguas na busca da paz e da justiça – aí se revela o AMOR ABSOLUTO."


quinta-feira, 24 de outubro de 2013


Caía a noite e multidão não arredava pé… “Neste lugar despovoado não há nada para comprar”, disseram os discípulos a Jesus. Mas ele contestou: “Dai-lhe vós mesmos de comer.” (Mateus 14, 15-16)

"Deixar-me apanhar pela surpresa da resposta de Jesus é tomar a sério despojar-me das cercas que construí para proteger os meus “celeiros” e não me permitem ver para além de mim próprio".


Fonte: https://www.facebook.com/graode.mostarda?fref=ts

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A CONFIANÇA EM DEUS


"A confiança em Deus faz nascer em nós um novo olhar sobre os outros, sobre o mundo e sobre o futuro; um olhar de reconhecimento e de esperança; um olhar atento à beleza". 

(Irmão Alois de Taizé: Quatro propostas para desobstruir as fontes da confiança em Deus)

domingo, 20 de outubro de 2013

ESCUTAR O AMOR

A um homem chamado Nicodemos, do partido dos fariseus, Jesus disse: “O que não nascer de novo não poderá entrar no reinado de Deus… Não estranhes se te disse que é preciso nascer de novo. O vento sopra onde quer: ouves o seu rumor, porém não sabes de onde vem, nem para onde vai…” (ver João 3, 1-8)

«Nascer de novo, tornarmo-nos num outro SER; num SER de CONFIANÇA. Antes de nascer, a criança não coloca condições… Nascer de novo para entrar no reinado de Deus é aderir a um outro projeto de vida – novo modo de SER e de VIVER. E assim surgirá, pouco a pouco, o “reinado” de Deus – uma Humanidade humanizada, fraterna e solidária. E tal como a criança quando nasce, as nossas opções, pessoais e coletivas, serão orientadas por uma TOTAL CONFIANÇA na VIDA – o vento que não sabemos de onde vem nem para onde vai…»


Fonte: https://www.facebook.com/graode.mostarda?fref=ts

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

SEGUIR A JESUS

Jesus disse aos discípulos: “O que quiser vir comigo, negue-se a si mesmo, carregue a sua cruz e siga-me. Se alguém quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas o que a perde por mim, a encontrará. De que serve ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a vida?” (ver Mateus 16, 24-28)

“As pessoas da Galileia, que escutavam Jesus, sabiam muito bem o que era ‘carregar a cruz’. Pelos aos caminhos da Galileia viam-se os sinais que indicavam onde haviam sido crucificados os galileus revolucionários que não suportavam a opressão dos legionários romanos. Por isso, quando Jesus diz aos discípulos que ‘segui-lo’ é ‘carregar com a cruz’, não está a referir-se a nada religioso, ascético, espiritual. Porque nada disso era ‘carregar a cruz’ para os povos que Roma dominava. (...) Seguir a Jesus é viver de modo a estar disposto a que o considerem subversivo e indigno de viver. E isso, não por ambições de poder, mas sim por causa de uma bondade que não se intimida diante as injustiças (...).”

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A FELICIDADE EM FORMA DE DÁDIVA


«A felicidade, aparentemente, nem sempre visita as melhores pessoas. Estas, por vezes, são as que sofrem mais.
Mas serão infelizes? Às vezes, a maior felicidade escorre mais pelas lágrimas do que pelo riso.

Fazer o bem, mesmo sem ser compensado, pode doer, mas não impede de vencer.

Eu acredito na felicidade em forma de dádiva. 

Eu creio na felicidade dos que sofrem, dos que dão, dos que se esquecem de si.
São os mais felizes. Os únicos felizes. Ainda que o não pareçam!»


Fonte: http://theosfera.blogs.sapo.pt/2123791.html

sábado, 12 de outubro de 2013

VEM TIRAR-NOS PARA A DANÇA



“Senhor, dá-nos viver nossa vida, não como um jogo de xadrez; onde tudo é calculado; 
não como uma competição onde tudo é difícil; 
não como um teorema que nos quebra a cabeça, 
mas como uma festa sem fim onde nosso encontro se renova, 
como um baile, uma dança, entre os braços da tua graça, na música universal do teu amor. 
Senhor, vem tirar-nos para a dança” 

(Madeleine Delbrêl).

sábado, 21 de setembro de 2013

LIBERTAR O AMOR

“O único motivo da esperança cristã não é a de atingir a felicidade para si, mas libertar o amor dos limites em que o encerramos” 

Maurice Zundel

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A PAZ VERDADEIRA

“Devemos, fortemente, desejar uma paz verdadeira, na qual toda a miséria e injustiça, toda mentira e covardia chegarão ao fim” 

Dietrich Bonhoeffer

domingo, 15 de setembro de 2013

DAR A VIDA

“O que dará o homem que tenha o valor da sua vida? Nada, se não for sua própria vida. A única coisa que poderíamos dar que tenha o valor de nossa vida é a nossa vida. E ter fé é acreditar que isto não é um suicídio” 

Cardeal Lustiger

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O PÃO OU NADA

“A religião de Cristo não é a sobremesa após algum pão; pelo contrário, é ou o pão ou nada. 
As pessoas deveriam ao menos entender e admitir isso antes de se considerarem cristãs” 

Dietrich Bonhoeffer

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A PÉROLA DE GRANDE VALOR


“O cristianismo prega o valor infinito do que aparenta não ter valor e a inutilidade infinita do que aparenta ser valioso” 

G. K. Chesterton

sábado, 7 de setembro de 2013

O MISTO DA FÉ

A fé é um misto de infância e maturidade.
A fé faz-nos crescer sem que, alguma vez, tenhamos a pretensão de já termos crescido.
A fé torna-nos adultos sem nos impedir de continuarmos a ser crianças.

Agustina Bessa-Luís verbalizou: «O homem de Deus é menino pela confiança e é adulto pelo reconhecimento da paz do coração»!

Fonte: http://theosfera.blogs.sapo.pt/2086024.html

sexta-feira, 30 de agosto de 2013


Foto: A Vitória, René Magritte, 1939, guache, 45 x 35 cm, Galeria Isy Brachot, Bruxelas, Bélgica.


«Só passaremos pela porta estreita ampliando os horizontes e dilatando o coração».

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SEGUIR A CRISTO

“Deixamos pouco espaço para que esse poema que é Jesus Cristo se organize em nós e se torne verdadeiramente o canto de nossa vida” (Maurice Zundel).


"A decisão fundamental de seguir a Cristo exclui as meias medidas, as cómodas desculpas e os caprichos pessoais. Jesus testemunha que a única eleição equivocada é a neutralidade, o único compromisso imperdoável é não se comprometer e a única posição intolerável é a indiferença." 

domingo, 25 de agosto de 2013

PERDIDOS EM DEUS

Um rabino entrou no quarto da sua casa e viu o seu filho em profunda oração. Num canto, estava um berço com um bebé a chorar. 


«Filho, não ouves? - disse o rabino. - O bebé está a chorar.» 


Disse o filho: «Pai, eu não ouvi, porque estava perdido em Deus.» 


O rabino respondeu: «Filho, quando estamos perdidos em Deus, até vemos uma mosca a andar pela parede.»

Abel Herzerg

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

(RE)NASCEMOS


Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.

Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.

José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias (Madeira)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

CAMINHO ESTREITO DA HUMILDADE

“Quero passar sobre a terra de maneira obscura como um viajante à noite”. Charles de Foucauld

“Não é o heroísmo que será enaltecido, mas a oferenda obscura e aparentemente inútil de uma vida que não é senão o amor, sinal do amor de Deus em meio ao inferno que os homens, às vezes, sabem organizar” (Jean-Marie Lustiger, Cardeal Arcebispo de Paris, 1981-2005).

“Não é a religiosidade o que faz a verdade ou a mentira de uma vida humana e sim a autenticidade dessa mesma vida” (Dom Pedro Casaldáliga).

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ANUNCIAMOS A VIDA ABUNDANTE


«O Deus revelado por Cristo é um Deus amante da vida e aquele que O encontra só pode se tornar o anunciador de uma alegre mensagem de mais vida».

domingo, 4 de agosto de 2013

UM DEUS SURPREENDENTE

No Pai Nosso escutamos o que Deus espera de nós, ou seja, exatamente as mesmas coisas que pedimos a Ele. O Pai nos escuta, mas não nos tempos e nos modos fixados por nós. Podemos estar seguros que “o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem” e o Espírito Santo é o princípio da liberdade e da imprevisibilidade. O Pai nos escuta, certamente, mas do seu modo que é a generosidade infinita de um pai e não do nosso modo que é sempre redutivo e restritivo. 

Nós cristãos, devemos preferir sempre um Deus que nos surpreenda a um Deus que nos satisfaça e contente, pois devemos confiar mais em suas respostas do que em nossas perguntas, mais nos seus dons do que em nossos pedidos. 

A oração ensinada por Jesus deve nos conduzir a um silêncio de escuta do nosso ser que vibra em sintonia com a humildade da entrega – “Seja feita a tua vontade”, e com a permanente insistência – “Mas livrai-nos do Mal”.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

AS ESTRADAS DA VIDA


Com todos os riscos possíveis devemos sempre nos indagar: “O que acontecerá a este homem se eu não parar para ajudá-lo?”. As estradas da vida são malditas não somente porque escondem bandidos, corruptos, mentirosos e hipócritas. As estradas da nossa vida serão malditas quando revelarem a ausência de amor que é o nome da indiferença. Que não sejamos nem como o sacerdote e nem como o levita, mas sobretudo que não sejamos os assaltantes que aviltam a dignidade humana em nome do seu poder civil e religioso e cujas vidas são um constante escarro na face de Deus.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

OLHAR A DANÇA...




“Um homem que caminha, 

um pássaro que voa, 
uma folha que tomba: tudo anuncia o começo de uma dança. 
No coração do átomo e no ballet dos astros, 
o ritmo e a harmonia são semeados por nossos Criador e Pai. 
Escutar a música, olhar a dança são verdadeiras orações” 

(D. Helder Câmara)

INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO

“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...