segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A PÉROLA

"A toda a hora e a todo o momento,
guardemos nosso coração, ciosamente,
dos pensamentos que escurecem o espelho da alma;
espelho que sua natureza destina a receber os traços e a impressão luminosa de Jesus Cristo... Procuremos o reino dos céus dentro do coração
e certamente encontraremos a pérola...
contanto que purifiquemos os olhos do espírito."

(Do livro : "Pequena Filocalia" , Filoteu, O Sinaíta, pag 93)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A MAIOR DÁDIVA

«O que Deus dá parece por vezes tão grande... e nós somos tão pobres!
Ele oferece aquilo que se nos afigura difícil de imaginar:
o nosso coração ser habitado por Cristo, pelo Espírito Santo.

Jesus, Amor de todo o amor,
Tu estavas sempre em mim e eu esquecia-me.
Estavas no íntimo do meu coração e eu procurava-te fora.
Enquanto andava longe de ti,
Tu estavas à minha espera.
Agora, ouso dizer-te:
Cristo, Tu és a minha vida."

Senhor Ressucitado,
sempre que possuímos o desejo simples de acolher o teu amor eis que,
pouco a pouco,
uma chama se acende no mais profundo do nosso ser.
Avivada pelo Espírito Santo,
mesmo sendo muito frágil,
ela não pára de arder.
E quando descobrimos que Tu nos amas,
a confiança da fé torna-se o nosso próprio cântico.»

Irmão Roger, de Taizé, em "Em tudo a paz do coração"

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

PAZ E PERDÃO

«O coração alcança paz quando,
depois de ter sido ferido ou humilhado,
confia a Deus,
sem hesitar um instante sequer,
aqueles que o feriram ou maltrataram.

Não perdoamos para que o outro mude.
Seria um acto calculista que nada tem a ver com a gratuidade do amor evangélico.
Perdoamos por causa de Cristo.
Perdoar é ir ao ponto de renunciar saber o que o outro vai fazer desse perdão.»


Irmão Roger, de Taizé, em "Em tudo a paz do coração"

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CAMINHO ESTREITO

«Custa a crer que Deus nos revelaria a sua divina presença na vida de autodespojamento e humildade do Homem de Nazaré. Uma grande parte de mim procura influência, poder , sucesso e popularidade. Mas o caminho de Jesus é o do recato, da falta de poder e da pequenez. Não parece um caminho muito atraente. E, no entanto, quando penetrar na verdadeira, profunda comunhão com Jesus, descobrirei que é este caminho estreito que conduz à paz e à alegria verdadeiras.(...)

Continuo tão dividido. Desejo sinceramente seguir-te, mas quero igualmente seguir os meus próprios desejos e ainda dou ouvidos às vozes que falam de prestígio, de sucesso, de reconhecimento humano, de prazer, de poder e de influência. Ajuda-me a ficar surdo a essas vozes mais atento à tua voz, que me chama a escolher o caminho estreito...

Em todos os momentos da minha vida tenho que escolher o teu caminho. Tenho de escolher pensamentos que sejam os teus pensamentos, palavras que sejam as tuas palavras e acções que sejam as tuas acções. Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas. E eu sei quanto resisto a escolher-te. »

Henri Nouwen, em "A caminho de Daybreak"

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

SENHOR DO IMPOSSÍVEL

"Tornamo-nos verdadeiramente cristãos quando descobrimos que Deus é o senhor do impossível e que precisamos do Espírito Santo para fazer o que não podemos fazer por nós próprios.

A vida do discípulo é ir até ao fim, até que se torne impossível e descobrir então que Deus pode tornar possível o impossível."

Jean Vanier, em "A Fonte das Lágrimas"

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O GRANDE SEGREDO

Respondeu-lhe Jesus: «Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu é que lhe pedirias e ele havia de dar-te água viva!»

Disse-lhe a mulher: «Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa água viva? És tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado?

Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der há-de tornar-se nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.» (João 4, 10-14)

"Quande se ama alguém, dá-se-lhe a vida,
dá-se-lhe confiança em si próprio,
mostra-se-lhe como é belo,
revela-se-lhe o poder do amor que está nele
e a sua capacidade para dar a vida.

Dizendo a essa mulher da Samaria que nela a água que Ele, Jesus, lhe ia dar
se tornaria nela "nascente de água jorrando para a vida eterna",
Jesus revela-lhe que há nela um poço,
uma nascente, uma fonte divina.

Nós não sabemos que há em nós essa nascente.
Sabemos que temos uma inteligência, sabemos que podemos produzir coisas,
sabemos que temos emoções, desejos, pulsões,
mas ignoramos que há em nós
um poço de ternura,
uma fonte que pode dar a vida,
uma nascente que pode comunicar o próprio amor de Deus.

Jesus revela à samaritana este mistério que está nela: ela é capaz de amar,
pode tornar-se um poço, uma nascente de vida eterna
se matar a sede na nascente que é Jesus.

É o grande segredo para cada um de nós: se bebemos na nascente que é Jesus,
podemos tornar-nos fonte de ternura que dá vida ao mundo
e corresponder ao desejo de Jesus de que sejamos fecundos e produzamos muito fruto."

Jean Vanier, em "A Fonte das Lágrimas"

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DEUS NUNCA SE DECEPCIONA

«Somos moldados por todas as graças que recebemos, por todas as graças que recusámos,
por todos os gestos de amor e todos os gestos de ódio ou de indiferença,
pelos nossos fracassos e os nossos êxitos;
tudo, literalmente tudo se inscreve na nossa carne.


Assim, a experiência do amor de Deus por nós,
experiência que fazemos um dia (...),
não muda a nossa história nem o que nos moldou,
mas muda-nos porque nos revela que Deus nos ama,
tal como somos,
não tais como gostaríamos de ser,
não tais como a sociedade ou os nosso pais gostariam que fôssemos,
mas tais como somos hoje, com as nossas fragilidades, as nossas feridas,
os nosso medos, as nossas qualidades e os nosso defeitos.

Tais como somos hoje, somos amados por Deus.

E, se temos a impressão de que constantemente decepcionamos os outros,
que somos incapazes de corresponder às suas expectativas,
à sua confiança, às esperanças que depositaram em nós;
se temos o sentimento de que há uma distância
entre o que parecemos ser e o que somos na realidade,
entre aquilo que os outros pensam que somos capazes de fazer e o que podemos fazer de facto, então é preciso que saibamos que a Ele, o nosso Deus, jamais O decepcionaremos.

Ele conhece-nos exactamente.
Conhece o estranho mundo de trevas e luz que nos habita,
conhece melhor que nós esta mistura misteriosa que somos,
sabe aquilo de que somos capazes.
Os outros podem ser decepcionados por nós porque formam sonhos a nosso respeito
e nos projectam no ideal;
Deus nunca Se decepciona, porque aquele que ama, é aquele que eu sou hoje;
Deus não vive no futuro nem no passado mas sim no presente.
Ele "é" o presente e vê-me na minha realidade presente.»

Jean Vanier, em "A Fonte das Lágrimas"

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CONSTRÓI SOBRE A ROCHA

«Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.» (Mateus 7, 24-27)
A parábola da casa na rocha é utilizada num sermão de João Crisóstomo, como prova da sua tese: «Ninguém te pode magoar a não ser tu mesmo.» Aquele que constrói a sua casa na rocha não pode ser prejudicado pelas tormentas interiores e exteriores. As tormentas de emoções que correm para ele não o magoam. As pessoas que lutam contra ele, que o difamam, que intrigam contra ele, não têm qualquer poder sobre ele. A sua casa permanece de pé. O seu fundamento não está em ser amado pelos homens, mas por Cristo. (...)
Jesus está convencido de que as tormentas e marés não nos podem fazer mal se nós tivermos construído a nossa casa na rocha das suas palavras. (...)

Quando construímos a nossa casa em Cristo, encontramos o caminho para a verdadeira vida, então aprendemos a ter prazer na vida, sempre e em todo o lado, mesmo nas tormentas que nos assaltam, mesmo nas marés de emoções que se abatem sobre nós diariamente.

Cristo, como fundamento da casa da nossa vida, oferece-nos segurança e liberdade, tranquilidade e serenidade, em todos os contratempos da vida.

Anselm Grün, em "Bento de Núrsia - Mestre da Espiritualidade"

domingo, 1 de agosto de 2010

ENCONTRAR DEUS NAS DIFICULDADES

«Nós encontramos Deus no meio daquilo que nos acontece, que nos agride, sejam os irmãos, que nos fazem mal, seja a própria sombra, que nos ataca.
É na rotina diária que se decide se o indivíduo se torna amargo e duro, pelas frustrações da vida, ou se opta por se abrir a Deus, deixando-se modificar pelo seu Espírito. (...)

A raiva perante a injustiça e perante situações adversas torna-nos cegos para as hipóteses de solução que se escondem nas dificuldades da vida. (...)
Quando as situações adversas são vividas à luz de Deus, esta luz altera os nossos sentimentos e dá-nos força interior. (...)
É nos problemas e dificuldades que arrasto comigo que me encontro com Deus, que actua em mim e me modifica.»

Anselm Grün, em "Bento de Núrsia - Mestre da Espiritualidade"

INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO

“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...