sábado, 28 de dezembro de 2013

A LIÇÃO DA MANJEDOURA


Deus entra na nossa história não pela via da opulência, mas pela via da humildade.

O sinal de Deus não está num palácio. Está numa manjedoura.

Eis a lição jamais devidamente apreendida. É tão frequente, nestes dois mil anos, ouvir falar do presépio num ambiente de pompa, com vestes sumptuosas.

Divino (eis a permanente interpelação) não é o grande caber no grande. Isso qualquer humano consegue. Divino é o infinitamente grande caber no infinitamente pequeno.

Vale a pena recordar, a este propósito, o aforismo de Hölderlin: «Non coerceri maximo, contineri tamen a minimo, divinum est» («Não ser abarcado pelo máximo, mas deixar-se abarcar pelo mínimo, isso é que é divino»).

Há, aqui, uma inversão de valores, reconhecida, aliás, por Maria no Magnificat: humilhação dos soberbos e exaltação dos humildes (cf. Lc 1, 52).

De facto, Deus inverte o máximo e o mínimo, o maior e o menor, o grande e o pequeno.

O máximo é o que parece mínimo. O maior é o que se apresenta como menor. O verdadeiramente grande é o que nos surge como pequeno.

Quando aprenderemos a lição da manjedoura?

http://theosfera.blogs.sapo.pt/2267552.html

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O DEUS MENINO



«O Deus menino é a conversão da lógica de um Deus do poder. 

O Deus de fraldas não assusta, não constrange, não impõe. 
É convidativo. 
Todos, sem exceção podem se aproximar». 



Márcio Cardoso

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

NÃO FIQUEMOS À ESPERA DO NATAL


Natal é a mesa farta,
mas é sobretudo a alma cheia.

Natal é Jesus, Natal é a família,
Natal é a humanidade e Natal também és tu.

Não fiques à espera do Natal,
sê tu mesmo o melhor Natal para os outros.

Constrói um Natal para todo o ano,
para toda a vida.

Tu és o Natal
que Deus desenhou e soube construir.

É por ti que Deus hoje continua a vir ao mundo.
É em ti que Ele também renasce.

Sê, pois, um Natal de esperança,
de sorriso e de abraços,
de aconchego e doação.

Também podes ser um Natal com algumas lágrimas.
São elas que, tantas vezes, selam o reencontro e sinalizam a amizade.

Eu vejo o Natal no teu olhar, no teu rosto, no teu coração,
na tua alma, em toda a tua vida.

Há tanta coisa de bom e de belo em ti.
Tanta coisa que Deus semeou no teu ser.

Descobre essa riqueza, celebra tanta surpresa,
partilha com os outros o bem que está no fundo de ti.

Diz aos teus familiares que os amas,
aos teus amigos que gostas deles,
aos que te ajudam como lhes estás agradecido.

Não recuses ser Natal junto de ninguém. Procura fazer alguém feliz.

Não apagues a luz que Deus acendeu em ti.
Deixa brilhar em ti a estrela da bondade e deixa atrás de ti um rasto de paz.

Que tenhas um bom Natal.

A partir de agora. Desde já. E para sempre!

Fonte: http://theosfera.blogs.sapo.pt/2255051.html

sábado, 21 de dezembro de 2013

O NATAL É UM POEMA QUE SE DECLAMA COM A VIDA


«Vejo a palavra. Vejo os presentes. Vejo as luzes. Vejo as correrias. Vejo a chuva. E vejo o frio. Só não vejo o Natal. (...)

Não sei porquê. Há qualquer coisa que se vai apagando. E há muita coisa que vai doendo.

O Natal é, sem dúvida, contagiante. Mas a palavra Natal em certos lábios provoca um calafrio mais frio que o próprio frio. É que há vidas que não sabem a Natal. Há vidas que negam o Natal.

Falar sobre o Natal não custa.
Viver o Natal é que é importante.

O Natal não se diz com os lábios.
O Natal é um poema que se declama com a vida.

É nos pequenos, nas pessoas verdadeiras e nos corações puros que eu vejo brilhar a estrela de Natal».

Fonte: http://theosfera.blogs.sapo.pt/470386.html

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

UM EXAGERO DE BONDADE

«O Evangelho é um exagero... é um desbordar das nossas fronteiras de comportamento aceitável... Vamos procurar as "boas maneiras" de Jesus aos evangelhos e ficamos espantados... Bem nos rimos algumas vezes ao imaginar Maria a desculpar-se às amigas depois de mais uma "avaria" de Jesus em qualquer lado, na casa de um fariseu ou falando para uma multidão: "Não foi em casa que ele aprendeu estas coisas! Não foi esta a educação que eu e meu José lhe demos!" O Evangelho é um exagero... é um abuso, o próprio abuso de Deus a acontecer no meio de nós! E a negação do meio-termo como medida de virtude e o desmascarar das nossas boas intenções...
Há muitas pessoas boas que não se pode dizer que construam o Bem, o defendam ou lutem por ele. O Reino de Deus não é coisa de Bons mas de Bem-Aventurados! Bem-aventurados são os que se metem na Aventura do Bem!» 

Rui Santiago cssr, em "Como um Diário..."



domingo, 15 de dezembro de 2013

A AVENTURA DO BEM

«Mais importante que toda a educação do mundo é a sensibilidade aos sinais dos tempos e aos sinais dos irmãos, sensibilidade que se faça ousadia criativa, invenção de caminhos, alternativas! A Sensibilidade é a suprema competência humana, mais valiosa que qualquer outro saber e a Delicadeza é mais admirável que as "boas maneiras"... Muitas vezes, aquilo a que chamamos "educação" não é mais do que domesticar o que há em nós de sensível e revoltoso diante da injustiça, do mal e da mentira. O que não falta são pessoas "bem-educadas" mas não "Bem-Aventuradas". Esse sim é o propósito do Projeto de Jesus... a Bem-Aventurança, o desafio à Aventura do Bem, à Aventura de assumir como verdadeiro e possível o anúncio do Reino de Deus já Presente». Rui Santiago cssr, em "Como um Diário..."



quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A FÉ QUE NOS UNE

«Experimento a Fé como uma experiência de Lucidez, de Luz derramada sobre a realidade que a purifica e desdramatiza. Também experimento a Fé como uma maneira de olhar a partir daquele "lugar" chamado Esperança... E, acima de tudo, o caminho de aprofundamento da Fé que temos o privilégio de poder fazer, abre-nos o horizonte da Vida tão para além dos nossos limites individuais que parece que tudo começa a ter um Sentido qualquer...
Abandonar a perspectiva solitária dos nossos próprios projectos individuais e do microcosmos formado apenas por aqueles de quem gostamos e não gostamos é profundamente libertador! 
Sentir-se Pertença de um Projecto que está rascunhado no próprio coração de Deus, um Poema dito pelos Seus lábios e uma História que Ele tem gravada nas palmas das mãos com o Nome e Rosto de cada um dos participantes, uma Aventura que diz respeito a toda a Humanidade e transcende todas as limitações de tempo e de espaço, isto dá um alcance extraordinário a cada vida humana. Porque nos faz admirar em cada pessoa, precisamente ao mesmo tempo e pelo mesmo motivo, a importância imprescindível e a desimportância libertadora...»

 Rui Santiago Cssr, em "Como um Diário"





domingo, 8 de dezembro de 2013

A LIBERDADE INTERIOR


Recomendo:

«A Liberdade Interior» - Jacques Philippe

«Observei muitas vezes que as pessoas mais críticas são aquelas que têm em si um grande vazio espiritual. Chego a perguntar-me se determinadas pessoas não sentem necessidade de fabricar inimigos para poderem existir, precisamente por ser enorme o seu vazio interior...

Se o mal penetra o nosso coração, é porque aí encontra um lugar onde se instalar, uma certa cumplicidade.
Se o sofrimento nos faz azedos e maus, é por termos o coração vazio: vazio de fé, de esperança e de amor.
Pelo contrário, se nele houver uma total confiança em Deus, se esperar tudo da Sua bondade e fidelidade, se a finalidade da nossa vida não for a procura de nós mesmos, mas fazer a vontade de Deus, amá-l`O de todo o coração e amar o próximo como a nós mesmos, então o mal não pode penetrar nele de maneira nenhuma.

Se nos enraizarmos em Deus pela fé e pela oração, se deixarmos de censurar aqueles que nos rodeiam por tudo o que não corre bem na nossa vida e de nos considerar vítimas dos outros ou das circunstâncias, se assumirmos decididamente as nossas próprias responsabilidades e aceitarmos a nossa vida como é, se lançarmos mão, constantemente, das nossas capacidades de crer, esperar e amar, se estivermos resolvidos a conquistar a liberdade de que temos falado (liberdade interior), ela ser-nos-á progressivamente concedida.»

Mais trechos do livro em: http://abrigodossabios-paulo.blogspot.pt/search/label/Jacques%20Philippe

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

UMA PALAVRA QUE SE RENOVA


«(...) Importa continuar, porque Deus é uma Palavra que não pára de se dizer, tão genialmente criativa que só em momentos de espaço em branco posso deixar escrever linhas e letras nas cores mais inesperadas.»

António Valério, sj

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

YESHUAH


Recomendo:

"YESHUAH" - Rui Santiago

Uma viagem única pela vida de Jesus através das páginas dos Evangelhos. Um livro que nos transmite a experiência profunda, libertadora e transfiguradora de encantamento e fascínio por Jesus de Nazaré, «pela força com que nele se exprime a Vida, o melhor do Ser Humano e o agir de Deus». 

Recorro às palavras de José Frazão Correia, em "A Fé vive de afeto", para ilustrar a profunda humanidade de Jesus, que o livro do Rui Santiago tão bem explora e aprofunda: «...olhemos, pois, para Jesus, a história mais conseguida de uma vida humana. Deixemo-nos tocar pelo estilo da sua presença e pela qualidade das suas relações. Vejamos como como toca e se deixa tocar, como se aproxima e se afasta, como acolhe e como contesta, como toma a palavra e como faz silêncio. Reparemos como nasce, como vive e como morre, e como, pela autenticidade da sua vida, testemunha que a nossa vida é a maior bênção com a qual Deus nos assinala desde a criação do mundo...»

É o que vos convido a fazer através da leitura de "YESHUAH".

«Sinto-me cada vez mais encantado por Jesus de Nazaré, pela força com que nele se exprime a Vida, o melhor do Ser Humano e o agir de Deus.

E continua a acontecer eu ir dar uma volta pelas páginas dos evangelhos e encontrar-me com lugares de onde vejo as paisagens de sempre de uma maneira nova, e o próprio Jesus me aparece de repente de onde nunca me tinha dado conta que ele saísse ao meu encontro. Eu próprio me vejo novo!(...)
Andei há procura do rosto de Jesus enquanto Mestre, Líder de discípulos e Sábio à volta do qual até se reuniram pequenas multidões… Como é que Jesus ensinava? Rasgos da sua pedagogia no trato com os discípulos… E com as multidões? Qual era a sua postura com as multidões? Como lidava com os adversários do seu anúncio, que não só se metiam consigo como às vezes tentavam “pegar” nos seus discípulos? Quais as experiências que estão no coração da sua sabedoria e da sua liderança carismática? E qual a pedagogia que está presente na sua maneira de ensinar e no jeito de relacionar-se com as pessoas?

O meu “método” para este tipo de procuras é sempre o mesmo: escolho um evangelho e meto-me por ele adentro com os olhos apontados para o que procuro. A partir daí, deixo-me levar…» Rui Santiago

Podem adquiri-lo aqui:http://livrosporcorreio.blogspot.pt/search/label/Rui%20Santiago

domingo, 1 de dezembro de 2013

POR FALAR EM PECADO

«Só há um pecado: o pecado de ser o contrário de Deus, de não nos criarmos, de ficarmos escravos do nosso egoísmo, do eu, do olhar sobre nós mesmos. É este o único pecado» François Varillon, em "Viver o Evangelho" 


«O orgulho endurece-nos, a avareza fecha-nos, a inveja rói-nos, a luxúria corrompe-nos, a gula embrutece-nos, a cóleradesfigura-nos e a preguiça paralisa-nos.» - Paul Claudel, citado por François Varillon, em "Viver o Evangelho"

INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO

“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...