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quinta-feira, 27 de outubro de 2016


"Se estamos à espera que algumas pessoas se tornem agradáveis ou atraentes antes de começarmos a amá-las, nunca vamos começar."
[Thomas Merton]

sábado, 17 de setembro de 2016

O teu próximo


«O teu próximo não é aquele que tu fazes entrar no horizonte das tuas atenções, mas próximo és tu quando assumes o cuidado de um homem: não quem tu amas, mas quando tu amas."
Ermes Ronchi

segunda-feira, 20 de junho de 2016

"Qual é o teu tormento?"



«Não é apenas o amor a Deus que tem por substância a atenção. O amor ao próximo, que sabemos ser o mesmo amor, é feito da mesma substância. Os infelizes não precisam de outra coisa neste mundo que de homens capazes de lhes prestarem atenção. A capacidade de prestar atenção a um infeliz é uma coisa muito rara, muito difícil; é quase um milagre, é um milagre. (...)

A plenitude do amor ao próximo é simplesmente ser capaz de lhe perguntar: “Qual é o teu tormento?” É saber que o infeliz existe, não como unidade numa colecção, não como um exemplar da categoria social etiquetada “infelizes”, mas enquanto homem exactamente semelhante a nós, que foi um dia atingido e marcado com uma marca inimitável pela infelicidade. Para isso é suficiente, mas indispensável, saber pousar sobre ele um certo olhar.

Este olhar é em primeiro lugar um olhar atento, em que a alma se esvazia de todo o conteúdo próprio para receber nela mesma o ser que olha tal como ele é, em toda a sua verdade. Disto só é capaz aquele que é capaz de atenção.»


Simone Weil

sábado, 14 de maio de 2016

«Vede como eles se amam!»

O que é um cristão? Como se reconhece um cristão?
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35)
“Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34)


Tertuliano, considerado um dos pais da igreja, testemunhou o espanto dos que não eram cristãos quando olhavam para o comportamento dos cristãos:
«Vede como eles se amam!»
Os primeiros cristãos levavam as palavras e ensinamentos de Jesus tão a sério que os pagãos exclamavam, admirados:
«Vede como eles se amam!»
No fundo, eles apercebiam-se de como a palavra dos seus lábios se repercutia na palavra da sua vida.

domingo, 3 de abril de 2016

A Alegria é o dom secreto da Compaixão


«Aos olhos de Deus, o mais importante é muitas vezes o mais escondido.» 


Henri Nouwen, in Adam, o Amado de Deus*


«A alegria que provém da compaixão é um dos segredos mais bem guardados da humanidade. É um segredo só conhecido de muito poucas pessoas, um segredo a descobrir continuamente. Eu, pessoalmente, tive umas «amostras» dela. 

Quando vim para Daybreak, uma comunidade com pessoas com deficiências mentais, pediram-me para passar algumas horas com Adam, um dos membros deficientes da comunidade. Todas as manhãs, tinha que o levantar da cama, dar-lhe banho, barbeá-lo, escovar-lhe os dentes, dar-lhe o pequeno-almoço e levá-lo para o lugar onde ele passa todo o seu dia. Durante as primeiras semanas, quase tive medo, sempre preocupado com não fazer nada mal ou com que ele tivesse algum ataque epiléptico. Mas, pouco a pouco, fui ficando mais calmo e comecei a apreciar a nossa rotina diária. Com o passar das semanas, descobri que já era com ansiedade que esperava por aquelas duas horas que passava com o Adam. Sempre que pensava nele durante o dia, experimentava um sentimento de gratidão por o considerar meu amigo. Embora ele não fosse capaz de falar e nem sequer de fazer um sinal de agradecimento, havia um autêntico amor entre nós. O meu tempo com Adam tornara-se o tempo mais precioso do dia. 

Quando uma visita amiga me perguntou um dia: «Não poderias passar melhor o tempo que a trabalhar com um homem deficiente? Foi para fazer esse tipo de trabalho que tiraste o teu curso?» , compreendi que não era capaz de lhe explicar a alegria que o Adam me trazia. Ele tinha que descobrir isso por si mesmo. 

A alegria é o dom secreto da compaixão. Continuamos a esquecer-nos disso e inconscientemente procuramo-la em outros lugares. Mas, cada vez que voltamos para onde existe a dor, conseguimos uma nova «amostra» de alegria que não é deste mundo.»

Henri Nouwen, in  Aqui e Agora



Na sua obra “Adam, o Amado de Deus”, Henri Nouwen revela como deixou a sua prestigiada profissão de professor numa das mais conceituadas universidades dos EUA, para dedicar-se integralmente à obra de tomar conta de pessoas com deficiências em Toronto, no Canadá. Dentre elas, estabeleceu uma relação de amizade muito bela e profunda com um jovem especial chamado Adam.

Adam, era um jovem que devido a um complicado quadro de epilepsia, exigia um cuidado extremo por parte dos que tomavam conta dele, pois nem mesmo as suas tarefas básicas conseguia realizar sozinho. Não falava uma palavra sequer, nem conseguia expressar-se muito bem, pois não coordenava os seus movimentos. No entanto, Henri Nouwen revela-nos que "a sua maravilhosa presença e o seu valor incrível iluminavam-nos para compreender que nós, assim como ele, também somos preciosas, agraciadas, amadas crianças de Deus, independentemente de nos vermos como ricas ou pobres, inteligentes ou deficientes, bonitas ou feias. (...) No relacionamento com ele, descobriríamos uma identidade mais profunda, mais verdadeira."

A experiência de Henri Nouwen com este jovem foi extraordinária e reveladora, ao ponto de nos confidenciar: "com Adam aprendemos que a beleza de cuidar de alguém não está só em dar, mas também em receber. Foi ele quem me abriu para a compreensão de que o maior dom que eu lhe podia ofertar era a minha mão e o meu coração abertos, para receber dele o precioso dom da paz. (...) Cuidar de Adam era permitir que o Adam cuidasse de nós, como nós cuidávamos dele.»

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A FÉ EM DEUS

«A fé em Deus é expressa através de obrigações incansáveis para com o outro.»
Emmanuel Levinas

sábado, 13 de dezembro de 2014

SERVIR OS QUE MAIS SOFREM


«Uma civilização vive na medida em que respeita a lei: servirás, primeiro, os que mais sofrem. A partir do momento em que essa civilização serve, em primeiro lugar, os mais poderosos, encaminha-se rapidamente para o suicídio. (...)
Servir primeiro o mais fraco, seja ele quem for. É essa a chave da sociedade ideal, quer se trate de uma família, de uma comunidade ou de uma nação.»
Abbé Pierre, in "Queria ser marinheiro, missionário ou vagabundo - Diário íntimo inédito"

segunda-feira, 14 de abril de 2014



«Não acredito que cada um tenha o seu lugar. 

Acredito que cada um é um lugar 
para os outros.» 

Daniel Faria,  em"O Livro do Joaquim"

domingo, 14 de abril de 2013

A ÚNICA FORÇA...





«A única força de que dispomos para ajudar os outros a entrar no caminho do amor é amá-los.» 

Calmeiro Matias

domingo, 4 de dezembro de 2011

QUEM É O MEU PRÓXIMO?

Jesus conta a célebre parábola do "Bom Samaritano" ( Lucas 10:25-37), em resposta a "um certo doutor da lei" que deseja testá-lo com a sua erudição e interpretação da lei.
Dallas Willard escreve: "A ocasião aqui é aquela em que um intérprete da lei está testando a correcção doutrinária de Jesus e acaba caindo na sua própria armadilha. Tendo concordado com Jesus em que para "herdar a vida etena" é preciso amar o próximo como a si mesmo, ele acaba achando essa exigência mais rigorosa do que desejaria. (...)
O "intérprete" então, à maneira dos eruditos, tenta livrar-se da armadilha fazendo uma pergunta capciosa: "Quem é o meu próximo?"(...) Ele estava tentando justificar-se porque certamente sabia que não amava os seus próximos como a si mesmo.(...)

Jesus narra a história de forma tão magistral que o samaritano só entra já perto do final, antes que as portas da mente se possam fechar. O samaritano personifica perfeitamente a resposta à pergunta capciosa do intérprete - quem é o meu próximo? - e ao mesmo tempo destrói as suposições gerais a respeito de quem "logicamente" herda a vida eterna(...)

Quando Jesus afinal faz a pergunta decisiva - "Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu na mão dos salteadores?" -, qualquer pessoa decente só tem uma resposta a dar(...) Assim, o intérprete teológico responde: "O que usou de misericórdia para com ele". Para ele seria demais dizer apenas: "o samaritano".
Mas nós precisamos dizê-lo, e precisamos compreender o que isso significa.

Significa que as suposições gerais dos ouvintes de Jesus sobre quem tem vida eterna precisam ser revistas à luz da condição dos corações das pessoas. O relato não ensina que podemos ter vida eterna apena por amar o nosso próximo. Também não podemos nos safar com esse belo legalismo. A questão da nossa postura diante de Deus ainda precisa ser levada em conta. Mas na ordem de Deus nada pode substituir o amor pelas pessoas. E definimos quem é o nosso próximo pelo nosso amor. Fazemos de alguém o nosso próximo cuidando dele.

Não definimos uma classe de pessoas que serão os nossos próximos para depois elegê-los objectos exclusivos do nosso amor - deixando os outros estirados na estrada. Jesus habilmente rejeita a pergunta - "Quem é o meu próximo?" -e a substitui pela única pergunta realmente relevante aqui:" De quem serei eu o próximo?". E Ele sabe que só podemos responder a essa pergunta caso a caso no nosso dia-a-dia. De manhã ainda não sabemos quem será o nosso próximo naquele dia. A condição do nosso coração irá determinar quem é que, ao longo do caminho, será o nosso próximo, e principalmente a nossa fé em Deus é que determinará se teremos força bastante para fazer desta ou daquela pessoa o nosso próximo.

No relato do bom samaritano, Jesus não só nos ensina a ajudar os necessitados; num nível mais profundo, Ele nos ensina que não podemos identificar quem "tem a vida eterna", quem "está com Deus", quem é "bem-aventurado" só por olhar as aparências. Pois esta é uma questão do coração. Só ali o reino dos céus e os reinos humanos, grandes e pequenos, estão entrelaçados. Estabeleça as fronteiras culturais e sociais que quiser, e Deus dará um jeito de atravessá-las.

"O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração" (1Sm 16:7). E "Aquilo que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus" (Lc 16:15).

Dallas Willard, em "A Conspiração Divina"

INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO

“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...