domingo, 29 de maio de 2011

SÓ EXISTE UM INFERNO

«Só existe um inferno e talvez já o tenhais conhecido: é o lugar onde nada se espera, onde não se ama absolutamente ninguém e de ninguém se atende absolutamente nada, onde se não tem confiança em ninguém... 


Isto é a tentação. A nossa tentação. De todos. É o pecado infernal que nos assediará até ao fim dos nossos dias: a instalação definitiva no canto (onde nos deixarão em paz, onde acabaremos por não sofrer mais, por não escutar mais nenhum apelo, onde a dilacerante comunicação será, por fim, cortada. Extinta). 
Isto é Inferno. Ter perdido o gosto de amar - para não sofrer mais.» 


Louis Evely

quinta-feira, 26 de maio de 2011

BONDADE DIVINA

«Deus não nos ama por causa das nossas virtudes. Ama-nos apesar de nós!

Somente depois de se ficar profundamente maravilhado e penetrado pela prodigiosa bondade de Deus para connosco, é possível deixarmo-nos vencer por ela de modo a começar a imitá-la.»




Louis Evely

domingo, 8 de maio de 2011

SÓ O AMOR É DIGNO DE FÉ

O filósofo Jean Guitton, na sua obra "As minhas razões de crer", coloca uma questão pertinente: "Que se passaria em mim se a minha fé diminuísse e se desvanecesse; se, como dizem as pessoas, «perdesse a fé»? (...)

Jean Guitton afirma que o famoso padre jesuíta Teilhard Chardin colocou a si mesmo esta questão, e respondeu, «que se deixasse de crer em Deus, no Deus cristão, e mesmo em Deus pura e simplesmente, continuaria a crer no Mundo.»

Quanto a mim, se eu «perdesse a fé», estaria em plena sintonia com Jean Guitton, pois «seria no amor ou, para ser mais exacto, no que existe de absoluto no amor, que eu creria.»

Faço minhas suas palavras: «Se eu tivesse vergado sob o peso do desespero e privado de toda a esperança encontraria, nesta loucura possível do amor, força suficiente para dar ainda alguns passos na estrada da dor.
Dito de outra forma, a ideia que me daria forças face à perda de tudo, seria a ideia de que existe talvez, algures, um ser capaz de amar com um amor infinito.
E então, mesmo que esse ser fosse único, parece-me que valeria a pena o mundo ser aceite, e que teria uma razão de ser, e que o homem teria uma razão para viver e também para morrer.(...)

Também me revejo nas palavras do padre Valensin citado na referida obra de J. Guitton:
«Se na hora da minha morte visse claramente que me espera o nada e que todas as crenças estão repletas de ilusão, não lamentaria absolutamente nada ter-me enganado toda a vida e ter crido na verdade do cristianismo, pois era o amor infinito que estaria errado por não existir, e não eu por ter acreditado nele.»

Por fim, para melhor exprimir tudo o que tentou dizer sobre esta questão, Jean Guitton recorre às palavras de São João Maria Vianney, que dizia: «Se na hora da morte me aperceber de que Deus não existe, terei sido bem enganado, mas não lamentarei o facto de ter passado a vida inteira a crer no amor.»

Jean Guitton, em "As minhas razões de crer"

INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO

“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...