sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

BOM ANO!

A todos os visitantes, leitores, amigos e irmãos, desejo um Ano de 2012, com tudo o que permita que juntos nos tornemos pessoas melhores, mais humanas e fraternas. 


«Começar, estamos sempre a começar. Temos um Ano Novo pela frente, mas começar de novo não é começar outra vez, não é repetir alguma coisa, é começar de outro modo, com novidade. E o primeiro gesto devia ser o de agradecer esta imensa oportunidade.


Este ano será aquilo que fizermos dele: se cultivarmos uma atitude de egoísmo e individualismo, será assim; mas se nos comprometermos com a construção da paz e da justiça no mundo, então teremos um bom Ano Novo. 


Não esqueçamos ao longo do ano que começa hoje que há uma imensa sabedoria em viver cada dia como se fosse o primeiro e há imensa felicidade em viver cada dia como se fosse o último. As duas coisas são possíveis ao mesmo tempo.»


(Vasco Pinto de Magalhães, em "Não há soluções. Há caminhos.")

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A CARTA DE DEUS

«Abrindo o Evangelho, pode surgir este pensamento: as palavras de Jesus assemelham-se a uma carta muito antiga que me teria sido escrita numa língua desconhecida. 
Como ela me é endereçada por alguém que me ama, Cristo, eu procuro compreender-lhe o sentido e vou pôr na prática da minha vida o pouco que dela compreendo.»


Irmão Roger, de Taizé

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

NATAL É JESUS

Jesus, neste natal encontrar-nos-ás?...
Já houve um dia em que não tiveste lugar nas casas iluminadas da cidade...
Hoje, com as pernas e o Coração a Caminho, procuro-te nas ruas enfeitadas, nas luzes, nas montras, nos rostos, nas mãos carregadas de presentes sem história…

Há passos apressados e sacos cheios de menoridades necessárias que esvaziam as algibeiras mas não vejo encherem muito os corações…
Há rostos pesados e cansados de olhares em sobressalto
entre a mais recente promoção e os últimos nomes da lista…
Há embrulhos, laços, postais, música…
E há as crianças...
Sim, sempre elas, a dar o tom da Alegria
Sem outra preocupação senão descobrir a última novidade no céu, no semáforo que fica intermitente ou no rafeiro que está deitado à entrada de um prédio...
Há as crianças...
Porque a alegria da maior parte dos que não são como elas não me convence…
Estão preocupados demais para poderem estar alegres.
Estão apressados demais para saborearem os caminhos que percorrem.
Estão ocupados demais para perguntarem o porquê dos gestos que fazem.

Parece-me que o natal lhes sai dos bolsos, mas não lhes entra no coração!
E depois, sem que se dêem conta, o natal já passou.
E não ficou…

Porque inventámos um natal
onde ninguém precisa de nascer para que seja NATAL!
Porque já vai longe a lembrança de que um dia um Menino nasceu,
antes de haver shoppings e cartões de crédito;
num país onde não havia um Pai Natal
que gostasse de andar atrelado a renas;
onde não havia pinheirinhos com luzinhas
nem se cantavam Jinglebells…

E, apesar de faltar tudo isso, consta que houve NATAL…
E hoje, apesar de haver tudo isso,
consta que não há tanto NATAL como as montras dizem…

Rui Santiago, Derrotar Montanhas

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O AMOR DE SI

«O amor de si está para o amor de Deus
assim como o trigo ainda verde está para o trigo maduro.
Não há ruptura de um a outro - apenas um alargamento sem fim,
as águas caudalosas de uma alegria que,
depois de ter impregnado o coração,
transborda por todos os lados e recobre a terra inteira.

O amor de si nasce num coração infantil.
É um amor que brota naturalmente.
Vai da infância até Deus.
Vai da infância,
que é a nascente,
a Deus que é o oceano.»

Christian Bobin, em "Um Deus à Flor da Terra"

sábado, 17 de dezembro de 2011

BELEZA

«Beleza é algo de que Cristo nunca fala. 
Só lida com ela, mas dando-lhe o seu verdadeiro nome: o Amor. 
A beleza vem do Amor,
como o dia vem do sol,
como o sol vem de Deus,
como Deus vem de uma mulher esgotada pelo parto.» 


Christian Bobin

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SE A NOSSA FÉ...

Se a nossa fé
não nos fizer acreditar que o dia de hoje pode ser melhor do que o de ontem;
se não nos arrancar da mesquinhez egoísta que nos esmaga de solidão e morte;
se não nos puxar os braços para os outros, na gratuidade natural de quem respira;
se não fizer com que a poesia desça ao nosso peito e as crianças e velhos bebam luz dos nossos olhos;
se formos secos de ternura e apenas e só prudentes como as serpentes;
se não passarmos de atarefados medricas a fugir, dias fora, da própria sombra;
se faz tremer a verdade e não rói os alicerces à mentira;
se não estrangula o desespero e incendeia a alegria;
se não nos fizer pôr na vida a beleza das palavras que engendramos,
então não é fé, pelo menos não é cristã.

Agarra-nos pelos ombros e diz-nos outra vez: «se a tua fé fosse sequer do tamanho de um grão de mostarda, dirias a esta montanha: vai daqui para ali, e ela iria e nada te seria impossível.» 

Henrique Manuel, em "Mas Há Sinais..."

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

FÉ VIVA

«A nossa confiança em Deus pode ser reconhecida quando se exprime no dom simples das nossas vidas: é acima de tudo quando é vivida que a fé se torna credível e se comunica.» 


Irmão Roger, de Taizé

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O QUINTO EVANGELHO

«Sempre que as pessoas entram em grave crise, começam a sonhar com a descoberta de uma mensagem salvadora que as liberte do impasse angustiante de ter que viver sem descer da cruz. Trata-se da utopia do assim chamado "quinto evangelho", que teria sido escrito, mas foi perdido. 
Ora, este "quinto evangelho" nós é que temos de escrevê-lo com discernimento e coragem, como resposta aos desafios da vida e à vocação de grandeza que temos. Ele só estará perdido se o perdermos por cobardia.» 


Pe. Neylor J. Tonin 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

UM AMOR RENOVADO

«Não deixes que o teu coração envelheça com o passar do tempo. 
Ama com um amor cada dia mais intenso,
mais novo e mais puro,
como o amor que Deus derrama no teu coração.» 


Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, O Caminho da Esperança" 

domingo, 4 de dezembro de 2011

QUEM É O MEU PRÓXIMO?

Jesus conta a célebre parábola do "Bom Samaritano" ( Lucas 10:25-37), em resposta a "um certo doutor da lei" que deseja testá-lo com a sua erudição e interpretação da lei.
Dallas Willard escreve: "A ocasião aqui é aquela em que um intérprete da lei está testando a correcção doutrinária de Jesus e acaba caindo na sua própria armadilha. Tendo concordado com Jesus em que para "herdar a vida etena" é preciso amar o próximo como a si mesmo, ele acaba achando essa exigência mais rigorosa do que desejaria. (...)
O "intérprete" então, à maneira dos eruditos, tenta livrar-se da armadilha fazendo uma pergunta capciosa: "Quem é o meu próximo?"(...) Ele estava tentando justificar-se porque certamente sabia que não amava os seus próximos como a si mesmo.(...)

Jesus narra a história de forma tão magistral que o samaritano só entra já perto do final, antes que as portas da mente se possam fechar. O samaritano personifica perfeitamente a resposta à pergunta capciosa do intérprete - quem é o meu próximo? - e ao mesmo tempo destrói as suposições gerais a respeito de quem "logicamente" herda a vida eterna(...)

Quando Jesus afinal faz a pergunta decisiva - "Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu na mão dos salteadores?" -, qualquer pessoa decente só tem uma resposta a dar(...) Assim, o intérprete teológico responde: "O que usou de misericórdia para com ele". Para ele seria demais dizer apenas: "o samaritano".
Mas nós precisamos dizê-lo, e precisamos compreender o que isso significa.

Significa que as suposições gerais dos ouvintes de Jesus sobre quem tem vida eterna precisam ser revistas à luz da condição dos corações das pessoas. O relato não ensina que podemos ter vida eterna apena por amar o nosso próximo. Também não podemos nos safar com esse belo legalismo. A questão da nossa postura diante de Deus ainda precisa ser levada em conta. Mas na ordem de Deus nada pode substituir o amor pelas pessoas. E definimos quem é o nosso próximo pelo nosso amor. Fazemos de alguém o nosso próximo cuidando dele.

Não definimos uma classe de pessoas que serão os nossos próximos para depois elegê-los objectos exclusivos do nosso amor - deixando os outros estirados na estrada. Jesus habilmente rejeita a pergunta - "Quem é o meu próximo?" -e a substitui pela única pergunta realmente relevante aqui:" De quem serei eu o próximo?". E Ele sabe que só podemos responder a essa pergunta caso a caso no nosso dia-a-dia. De manhã ainda não sabemos quem será o nosso próximo naquele dia. A condição do nosso coração irá determinar quem é que, ao longo do caminho, será o nosso próximo, e principalmente a nossa fé em Deus é que determinará se teremos força bastante para fazer desta ou daquela pessoa o nosso próximo.

No relato do bom samaritano, Jesus não só nos ensina a ajudar os necessitados; num nível mais profundo, Ele nos ensina que não podemos identificar quem "tem a vida eterna", quem "está com Deus", quem é "bem-aventurado" só por olhar as aparências. Pois esta é uma questão do coração. Só ali o reino dos céus e os reinos humanos, grandes e pequenos, estão entrelaçados. Estabeleça as fronteiras culturais e sociais que quiser, e Deus dará um jeito de atravessá-las.

"O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração" (1Sm 16:7). E "Aquilo que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus" (Lc 16:15).

Dallas Willard, em "A Conspiração Divina"

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ACOLHER JESUS


«Quando se aproximaram da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante. Eles, porém, insistiam com Ele, dizendo: Fica connosco; porque é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles.» (Lc 24, 28-29)

«Estamos mais inclinados a pensar que é Jesus quem nos convida a partilhar a sua casa, a sua mesa, a sua refeição. Jesus, porém, quer ser convidado. Se não o for, prosseguirá viagem, em busca de outros lugares. É muito importante percebermos que Jesus nunca nos força a aceitar a sua presença. A menos que nós o convidemos, continuará a ser um estranho, possivelmente um estranho muito atraente e inteligente, com quem podemos ter entabulado um diálogo interessante, mas que não deixa de ser um estranho...Sem um convite, que é expressão do desejo de uma relação perdurável, a boa notícia que ouvimos não poderá dar frutos duradouros...Só mediante um convite a «fica comigo» um encontro interessante se pode transformar numa relação transformadora.
Jesus é uma pessoa muito interessante; as suas palavras são cheias de sabedoria. A Sua presença aquece o coração. A sua bondade e doçura tocam-nos profundamente. A Sua mensagem constitui um forte desafio. Mas será que nós O convidamos para nossa casa? 

Porventura queremos que Ele venha conhecer-nos entre as paredes da nossa vida mais íntima? Porventura queremos apresentá-Lo a todas as pessoas com quem vivemos? Porventura queremos que Ele nos veja na nossa vida quotidiana? Queremos que Ele nos toque nos pontos em que somos mais vulneráveis? Porventura queremos que Ele entre na arrecadação de nossa casa, nessas divisões que nós próprios preferimos manter seguramente fechadas à chave? Desejamos verdadeiramente que Ele fique connosco quando vai caindo a noite e o dia já está no ocaso?»

Henri Nouwen, em "Não nos ardia o coração"

INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO

“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...