Eu nunca acreditarei em:
«Um Deus que condene a matéria.
Um Deus que ame a dor.
Um Deus que acenda luz vermelha contra as alegrias humanas.
Um Deus mágico e feiticeiro.
Um Deus que se faça temer ou que não se deixe tratar por tu.
Um Deus que se torne monopólio de uma igreja, de uma raça, de uma cultura ou de uma casta.
Um Deus incapaz de compreender que as crianças têm o direito de brincar e são esquecidas.
Um Deus que se diverte, condenando.
Um Deus que “manda” para o inferno.
Um Deus que nunca tivesse chorado pelos homens.
Um Deus que não vá ao encontro de quem O abandonou.
Um Deus que exija do homem que, para crer, renuncie a ser homem.
Um Deus dos que creem que amam Deus porque não amam ninguém.
Um Deus que não possa ser percebido nos olhos de uma criança ou de uma mulher bonita ou de uma mãe que chora.
Um Deus que não tivesse nascido de uma mulher;
Um Deus no qual eu não possa esperar contra toda esperança. (...)
Sim, o meu Deus é... outro Deus».
Juan Arias, em "O Deus em quem não creio" (com ligeiras adaptações pessoais)
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