Espantoso este texto do escritor C.S. Lewis. Leiam com atenção, reflictam, enfrentem a verdade e rendam-se:
«Quanto mais tiramos do caminho aquilo que agora chamamos de "nós mesmos" e deixamos que Ele tome conta de nós, tanto mais nos tornamos aquilo que realmente somos. Ele é tão grande que milhões e milhões de "pequenos Cristos", todos diferentes, não serão suficientes para expressá-lo plenamente. Foi Ele que os fez a todos. Ele inventou — como um escritor inventa os personagens de um romance - todos os homens diferentes que vocês e eu devemos ser. Nesse sentido, nossos verdadeiros seres estão todos Nele, esperando por nós. De nada vale procurar "ser eu mesmo" sem Ele. Quanto mais resisto a Ele e tento viver sozinho, tanto mais me deixo dominar pela minha hereditariedade, a minha criação, os meus desejos naturais e o meio em que vivo. Na verdade, aquilo que chamo com tanto orgulho de "eu mesmo" é simplesmente o ponto de encontro de miríades de cadeias de acontecimentos que não foram iniciadas por mim e não poderão ser encerradas por mim. (...)
(...) No meu estado natural, não sou tanto uma "pessoa" quanto gosto de pensar que sou: a maior parte daquilo que chamo de "eu" pode ser facilmente explicada por outros factores. É só quando me volto para Cristo, quando me entrego à personalidade dele, que começo a ter uma verdadeira personalidade minha.No começo eu disse que há Personalidades em Deus. Agora vou mais longe e afirmo que em nenhum outro lugar há personalidades verdadeiras. Você não terá um eu verdadeiro enquanto não entregar a Ele o seu eu. A igualdade ou semelhança existe sobretudo entre os mais "naturais" dos homens, não entre os que se rendem a Cristo. Quão monótona é a semelhança que iguala todos os grandes tiranos e conquistadores; quão gloriosa é a diferença dos santos!
Mas o eu precisa ser entregue de verdade. Você tem, por assim dizer, de lançá-lo fora "às cegas". Cristo de facto lhe dará uma personalidade nova, mas não é por causa disso que você deve buscá-lo. Enquanto estiver preocupado com a sua personalidade, você não estará caminhando na direcção dele de modo algum. O primeiro passo consiste em procurar esquecer completamente de si mesmo. Seu novo eu, seu eu verdadeiro (que é de Cristo e também é seu, e é seu justamente porque é dele) não surgirá enquanto você o estiver procurando. Só surgirá quando o objecto da sua procura for Ele. Acaso isso parece estranho? Saiba que o mesmo princípio vigora em assuntos muito mais terrenos. Mesmo na vida social, você jamais causará boa impressão a outras pessoas enquanto não parar de pensar na impressão que está causando. Mesmo na literatura e na arte, ninguém que se preocupe especificamente com a originalidade poderá jamais ser original; ao passo que, se você tentar falar a verdade (sem ligar a mínima a quantas vezes a mesma verdade já foi declarada no passado), nove vezes em dez será original sem percebê-lo. Esse princípio rege a vida inteira, do começo ao fim.
Entregue-se, pois assim você encontrar-se-á a si mesmo. Perca a sua vida para salvá-la. Submeta-se à morte, à morte quotidiana das suas ambições e dos seus maiores desejos e, no fim, à morte do seu corpo inteiro: submeta-se a ela com todas as fibras do seu ser, e você encontrará a vida eterna. Não guarde nada para si. Nada que você não deu chegará a ser verdadeiramente seu. Nada que não tiver morrido chegará a ser ressuscitado dos mortos. Se você buscar a si mesmo, no fim só encontrará o ódio, a solidão, o desespero, a fúria, a ruína e a podridão. Se buscar a Cristo, encontrá-Lo-á; e, junto com Ele, encontrará todas as coisas.»
3 comentários:
É verdade... Desde que me entrego mais a Cristo, mais me encontro, mais me conheço e... sou mais vezes o Rosto de Cristo...
beijos em Cristo
Nossa estou sem palavras..
DEUS o abençõe.. por nos abençoar com esse textos..
PAZ !!
Realmente, muito bom mesmo.
Obrigada pelo texto!
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