Compreendamos que somos pecadores, não em relação a regras de moral, nem mesmo em relação a uma espiritualidade.
Somos pecadores em relação à pureza absoluta do amor. Esta pureza do amor é necessária para que a minha vocação se realize, uma vez que se trata de entrar em Deus e de viver a sua vida. Isso só será possível
quando já não houver em mim a mais pequena réstia de egoísmo, e para falar de S. Bernardo,
o menor retorno de mim sobre mim; quando já não houver a menor preocupação comigo mesmo e a menor tentação de me olhar ao espelho. Só nesse momento é que posso entrar na glória de Deus, mas não antes.
Estamos a falar da pureza absoluta do amor, isto é, de
um amor absolutamente purificado de todo o egoísmo. Não nos enganemos com esta palavra "pureza". Habituámo-nos a chamar pureza apenas ao que diz respeito à carne, à luxúria, ao sexto mandamento. Não é disso que se trata aqui, mas sim de
um amor sem mistura de egoísmo.É em relação a isso que eu sou pecador; por outras palavras,
a minha vocação é a pureza absoluta do amor, e tenho de reconhecer que o meu ponto de partida é impuro. Na glória de Deus, amarei como Deus ama, sem o menor retorno sobre mim mesmo.
François Varillon, em "Viver o Evangelho"
1 comentário:
verdade, verdadeiro, veríssimo !! palavras sábias e alimento para alma !
beijos
Alice
Enviar um comentário