Certo Cristão, um dia, visitou
um bom Monge Budista e disse-lhe:
«Permita-me que eu lhe leia
algumas passagens do Evangelho,
o Sermão da Montanha, por exemplo».
«Ouvirei com prazer», respondeu o Monge.
E depois de ter lido várias linhas
o Cristão pára um pouco e o Monge diz,
sorrindo:«Quem disse tais palavras
era, de facto, um grande iluminado!».
Alegrou-se o Cristão e continuou...
Mais uma vez o Monge interrompeu:
«Quem tais palavras disse é, na verdade,
digno de ser chamado o Salvador
de toda a humanidade».
Empolgou-se o Cristão ainda mais
e levou a leitura até ao fim.
E outra vez o Budista comentou:
«Quem disse essas palavras deve ser
um homem que irradia Divindade!».
O Cristão transbordava de alegria
e voltou para casa decidido
a convencer o bom Budista
a tornar-se também um bom Cristão.
No caminho para casa, encontrou Jesus e disse-Lhe com esfuziante entusiasmo:«Mestre, eu consegui que aquele homem confessasse e admitisse a Vossa Divindade!».
Jesus sorriu e disse: «E qual foi a utilidade disso para ti, para além de inchar o teu ego cristão?».
O canto do pássaro, Anthony de Mello
3 comentários:
Esqueceu-se o tal, que o trabalho da salvação é totalmente do Espírito Santo de Deus! Em vão falaremos se o Espírito não agir!
Que nós diminuamos e Ele cresça, como disse Jõao Batista.
Bom, muito bom.
abraços
Olá Paulo,
Aquele cristão foi enganado pela sabedoria do budista, e assim continuará a acontecer, enquanto houver cristãos que gerem a sua vida espiritual (por que assim foram ensinados) como se de uma economia de dinheiro e favores fosse, e assim agem com Deus, com Jesus, com Maria mãe de Jesus, como se Deus fosse um banco central que dispensa bens a quem se porta bem, e Jesus e Maria fossem os que "melgam" a cabeça a Deus para que ele atendem certos e determinados favores de certas e determinadas pessoas.
O budista não preocupa com essas coisas, e sabendo de antemão desta dinâmica dos cristãos, levou-a ao ridículo, mas para o cristão pensou que tinha ganho mais uns pontos para ir para céu.
E depois a forma como se dirigiu a Jesus como um menino que vai ter com o pai e diz "Pai, consegui fazer um castelo de areia" ao que o pai responde: "E qual é a utilidade disso? Virá a onda e tudo desaparece."
Gosto desta imagem de Jesus, mostra que se está a borrifar se ele é uma divindade ou não, este Jesus manda passear os seus adoradores e bajuladores, e que está atento ao nosso desenvolvimento espiritual, mais do que andarmos a transformar as pessoas do mundo inteiro em cristãos.
O cristão não aproveitou nada da sabedoria do budista, estava apenas a ler o que outros escreveram, nada lhe saiu do coração, foi tudo muito racional.
Eu acrescentaria outra frase a Jesus, que seria: "Volta a encontrar-te com o budista, e ouve o que ele tem para te dizer, e depois fala-lhe com o coração.
Até já,
Luís Carlos
Que Jesus nos faça viver conforme as boas-aventuranças!
beijos em Cristo
Enviar um comentário