«Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem». - Lucas 23, 34
Esta frase proferida por Jesus Cristo talvez seja uma das mais célebres e conhecidas de toda a história.
No livro «O Mestre do Amor», Augusto Cury afirma que esta frase de Jesus «parece ter sido um pensamento que interrompia um diálogo com o seu Pai e não algo isolado, solto. Parece que essa frase foi uma interrupção da acção do seu Pai». A partir desta possibilidade, ele faz uma análise muito interessante, imaginando o que podia estar por detrás desta frase proferida por Jesus. Acredito que vale muito a pena reflectirmos sobre o que ele escreve.
«O Pai via Jesus a morrer, cada gemido calava fundo na sua alma. Ele estava a respirar rápido, ofegante e a gemer de dor. Então, de repente, parece que o Pai não aguentou mais. Talvez tenha dito algo assim: "Filho, o que fizeram os homens contigo!? Eu amo-te intensamente e não suporto mais ver-te sofrer. Os homens chegaram às últimas consequências da injustiça ao crucificarem-te. Nós amamos a humanidade, mas o teu cálice é amargo demais. Vou terminar os teus sofrimentos. Vou julgar os teus carrascos e toda a Humanidade."
Então, o Filho, contorcendo-se de dor e com os olhos embaçados, talvez tenha dito algo mais belo e comovente do que eu consigo dizer: "Pai, ama-os. Não te importes comigo, não os condenes. Eu peço-te por eles. Esquece a minha dor. Não sofras por mim."
As gotas de sangue escorriam do seu corpo e tornava-se cada vez mais difícil respirar. Não havia posição confortável . Se procurasse inclinar o peito e o corpo para relaxar, não conseguia ter forças para expandir os pulmões e respirar. Se procurasse recostar-se na cruz para respirar, tinha de fazer um grande esforço para um corpo debilitado, além de provocar um aumento da dor.
O Pai, vendo a agonia do Filho intensificar-se, resolve intervir definitivamente. Quando o Filho percebe a intenção do Pai de condenar os homens, entra em desespero. Acomoda as suas costas no leito da cruz, enche os pulmões e verbaliza o seu pensamento para abrandar a dor do seu Pai e defender a Humanidade. Proclama: "Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem."
Perdoar está no imperativo. Reflecte o seu clamor diante da acção iminente do Pai para julgar os seus inimigos e a humanidade emocionalmente falida.
Em seguida, Jesus recolhe-se dentro de si e talvez, em pranto, tenha dito, silenciosamente, para o seu Pai ouvir: "Toma-me como sacrifício pela Humanidade. Eu amo-a e morro por ela!"»
O Mestre do Amor - Augusto Cury
1 comentário:
Sniff! Sniff!!! Simplesmente tocante este teu post... ao lê-lo... lágrimas banharam os meus olhos e o meu coração se "apertou" de gratidão para com ELE.
Obrigado Senhor pelo TEU AMOR. :)
Flor
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