«A confiança na força de vontade bloqueia o amor até que a vontade aprenda a entregar-se ao amor...
O motivo por trás de tudo que Jesus fez foi o amor de Deus e o desejo de conhecer e fazer a vontade do seu Pai. As disciplinas espirituais de Jesus só eram significativas à luz da primazia do seu relacionamento com o Pai. Eram veículos de comunhão, ambientes de intimidade...
Para Jesus, o amor e a vontade nunca se separavam. O amor era o motivo da sua obediência a Deus (Jo 14, 31), como Ele instava para que estivesse por trás da nossa (Jo 14, 23).
Ele tinha prazer em fazer a vontade de Deus e, ao agir assim, era exemplo perfeito da maneira como a satisfação se origina da entrega ao amor perfeito. Ele era também a perfeita expressão da maneira como o amor de Deus se realiza na pessoa que deseja e faz a vontade de Deus. (1 Jo 2, 3-5).
Só o amor fortaleceu Jesus para preferir a vontade de Deus à sua, quando enfrentou a agonia da morte. É a isso a que Paulo se referia quando exortou os cristãos de Éfeso a fazer a vontade de Deus de coração (Ef 6, 6).
É provável que as disciplinas espirituais que surgem simplesmente como actos de vontade sejam egoístas e legalistas. Deus deseja acções exteriores que brotem de desejos interiores de relacionamento e intimidade; de facto, é esse o seu desejo para nós. Foi isso que o Pai encontrou no coração de Jesus. E esse é o motivo da disposição espiritual que na nossa vida encontramos em Jesus quando o seguimos e vivemos em seu Espírito.»
(David G. Benner, em "Desejar a vontade de Deus")
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