sexta-feira, 31 de outubro de 2008
ENTREGA-TE TOTALMENTE AO AMOR
Sem amor, a personalidade volta-se para si mesma e se escraviza. (...)
Sem amor, a força de vontade é quase sempre pouco mais que uma confusa demonstração egocêntrica do nosso carácter. Ela aponta para si mesma. Não serve aos propósitos mais altos de nos ligar aos outros e à vida. E o que não leva à vida, leva à morte. Não existe meio-termo.
Sem amor, a vontade torna-se mecânica e perde a espontaneidade.
Sem amor, a vontade torna-se racionalista e moralista.
Sem amor, a vontade substitui a imaginação por diligência.
Sem amor, a vontade torna-nos aborrecidamente previsíveis e desprovidos de vitalidade.»
(David G. Benner, em "Desejar a vontade de Deus")
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
AMOR: MOTIVAÇÃO SUPREMA
O motivo por trás de tudo que Jesus fez foi o amor de Deus e o desejo de conhecer e fazer a vontade do seu Pai. As disciplinas espirituais de Jesus só eram significativas à luz da primazia do seu relacionamento com o Pai. Eram veículos de comunhão, ambientes de intimidade...
Para Jesus, o amor e a vontade nunca se separavam. O amor era o motivo da sua obediência a Deus (Jo 14, 31), como Ele instava para que estivesse por trás da nossa (Jo 14, 23).
Ele tinha prazer em fazer a vontade de Deus e, ao agir assim, era exemplo perfeito da maneira como a satisfação se origina da entrega ao amor perfeito. Ele era também a perfeita expressão da maneira como o amor de Deus se realiza na pessoa que deseja e faz a vontade de Deus. (1 Jo 2, 3-5).
Só o amor fortaleceu Jesus para preferir a vontade de Deus à sua, quando enfrentou a agonia da morte. É a isso a que Paulo se referia quando exortou os cristãos de Éfeso a fazer a vontade de Deus de coração (Ef 6, 6).
É provável que as disciplinas espirituais que surgem simplesmente como actos de vontade sejam egoístas e legalistas. Deus deseja acções exteriores que brotem de desejos interiores de relacionamento e intimidade; de facto, é esse o seu desejo para nós. Foi isso que o Pai encontrou no coração de Jesus. E esse é o motivo da disposição espiritual que na nossa vida encontramos em Jesus quando o seguimos e vivemos em seu Espírito.»
(David G. Benner, em "Desejar a vontade de Deus")
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
UMA VIDA QUE BROTA DO ESPÍRITO
A vida que Jesus veio trazer é uma vida que não depende da força de vontade. Brota do Espírito de Deus e activa e transforma nosso espírito. É uma vida baseada em infusão - o Espírito de Deus infunde meu espírito; os desejos mais profundos, os anseios e os sonhos de Deus tornam-se meus. É esse o caminho - e o único caminho - para a liberdade e a satisfação de preferir a vontade de Deus à minha.» - David G. Benner, em "Desejar a vontade Deus"
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
O ESSENCIAL
Só a experiência de Deus feita em profundidade poderá manter o cristão de hoje firme na sua fé, capaz de responder aos desafios do mundo contemporâneo e dar-lhe, ao mesmo tempo, sentido para a vida e alegria de viver. (...)
Oxalá se tome consciência do essencial e de que falta tempo para ele: amar gratuitamente, descer ao centro da alma e procurar por lá uma palavra de vida eterna que dê sentido a tudo o que se faz.» Luís Rocha e Melo, s.j., em "Se tu soubesses o dom de Deus"
(1) O «centro da alma» é expressão conhecida pelos nossos antepassados. Santa Teresa de Ávila emprega-a com frequência. Os psicólogos de hoje designam a mesma realidade por «eu profundo»; a Bíblia fala, no mesmo sentido, do «coração».
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
A QUE DEUS ORAS?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008
DEIXA QUE EU TE MOLDE (4ª folha)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008
É PRECISO CHORAR O DESAMOR (3ªfolha)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008
DESCE À PORTA DA TUA CASA E ABRE O COFRE (2ª folha)

Ele e Jesus, que à janela da casa observava a cena e dizia: "Veio hoje a salvação a esta casa!"
Percebi tratar-se de Zaqueu, o cobrador de impostos de que fala S. Lucas no capítulo 19 do evangelho. Zaqueu era judeu mas trabalhava para o inimigo, cobrava impostos para os ocupantes, os romanos. Cobrava até muito mais do que o imperador exigia, e assim enriquecera. Tirava dinheiro aos pobres para se manter nas boas graças dos poderosos, vivia às custas de uns e em função de outros. Um dia, que havia de virar para sempre a sua vida, Jesus foi a sua casa. E este encontro mudou completamente as suas relações com os outros. Decidiu restituir generosamente tudo o que tinha cobrado a mais e, quanto ao resto da sua fortuna, dar metade aos pobres. Não passou muito tempo até os ter a todos à porta de sua casa!
Era esta a cena que a gravura mostrava: Zaqueu feliz a abrir o cofre, perante os olhares ainda incrédulos da população. Sob a gravura uma legenda dizia:"DESCE À PORTA DA TUA CASA E ABRE O COFRE"
Gostei de imaginar Zaqueu tão preocupado com as pessoas que tinha à porta de casa que nem tinha tempo para se lembrar da sua própria conversão. Mas esta, no fundo, era nada mais do que a sua falta de tempo para se preocupar consigo. Antes vivia para si, à custa dos pobres e em função dos poderosos. Agora vivia simplesmente para os outros.
Fiquei a pensar que também à nossa porta Deus põe tantas pessoas! Achei mesmo que é entregando-nos a elas que acabamos por nos mudar a nós próprios. Como se, para se ser melhor, a solução não fosse pensar em quaisquer estratégias de autoconversão mas apenas abrir os olhos e tomar como missão pessoal o bem daqueles que Deus já colocou à nossa porta. "Desce à porta de tua casa e abre o teu cofre" (Nuno Tovar de Lemos, s.j. , em "O Príncipe e a Lavadeira")
domingo, 12 de outubro de 2008
SÓ O AMOR CONVERTE (1ª folha)
É esse tesouro encontrado no velho sótão que vou partilhar convosco nos próximos dias. Esse Manual de Conversão que é uma resposta a uma questão fundamental: Como é que se faz para se ser melhor?
Preparem-se para uma viagem fantástica e revolucionária. Se se deixarem envolver e aderirem de espírito e coração abertos, é algo que pode mudar alguns paradigmas e crenças.
«Abri a primeira folha. A legenda dizia assim: "SÓ O AMOR CONVERTE"
Na gravura via-se Jesus à mesa, numa casa respeitável e – em primeiro plano – uma mulher cheia de colares e pulseiras. Tinha os cabelos despenteados e beijava demoradamente os pés do Senhor. A gravura retratava uma cena que S. Lucas descreve no capítulo 7 do seu evangelho.
Jesus tinha sido convidado para um jantar de gente piedosa, em casa do fariseu Simão. Inesperadamente, a meio do jantar, a porta abre-se e entra aquela mulher de perfume barato que todos bem conheciam da rua. Entra a chorar. Aproxima-se de Jesus, beija-lhe os pés, unge-os com perfume, lava-os com as suas lágrimas. Todos se indignam: "Como se atreve uma mulher desta espécie...?" Jesus não. Deixa-se tocar, não esconde o pé, deixa-se beijar. Não faz censuras, não dá lições de moral. No fim diz-lhe: "Vai em paz." Poder-lhe-ia ter dito "não voltes a pecar" mas nem era preciso. Bastou-lhe dizer "Os teus pecados estão perdoados. Vai em paz." Ela foi-se em paz, mudada.
Tocou-me o facto de que aquela noite tenha mudado por completo a vida desta mulher, enquanto que Simão, depois daquela noite, ficou apenas ainda mais igual a si próprio. Porque é que um mudou e o outro não? Também Simão esteve com o Senhor. Esteve até mais tempo. Foi até ele que O convidou para jantar!Pensei que a razão era bastante simples. A mulher amou, ele defendeu-se do amor. A mulher aproximou-se de Jesus com uma enorme sede de amar e ser amada. Simão aproximou-se de Jesus para ter umas conversas interessantes e respeitáveis.
Ele e os seus amigos estavam realmente interessados na pessoa de Jesus, mas no fundo estavam agarrados às suas seguranças, ao seu estatuto social, à respeitabilidade da imagem que tinham criado para si próprios. Ela já não tinha nada a perder. Nem estatuto social, nem respeitabilidade, nem imagem de si própria.
Simão esperava de Jesus uma noite bem passada. Ela esperava de Jesus um momento de amor a partir do qual pudesse reconstruir a sua vida toda. Ela mudou, ele não.
Espanta que Jesus, o Salvador, não tenha aproveitado a oportunidade para recordar àquela mulher alguns princípios básicos de bons costumes. Estou convencido de que não o fez por uma razão muito simples: depois de sabidas todas as teorias, a única coisa que, de fundo, nos faz mudar é o amor.
"Só o amor converte", dizia a legenda, o amor dos outros e sobretudo o amor infinito e incondicional de Deus. Cair do alto das nossas seguranças e das nossas defesas para amar e se deixar amar, este é o maior segredo da mudança. » Nuno Tovar de Lemos, s.j. , em "O Príncipe e a Lavadeira"
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
ENCONTRAR A ALEGRIA (2ª PARTE)
No entanto, temos uma hipótese de escolha, não tanto em relação às circunstâncias da nossa vida, quanto em relação à maneira como reagimos a essas circunstâncias. (...)
É importante darmo-nos conta de que em cada momento da nossa vida temos a oportunidade de escolher a alegria. A vida tem muitas facetas. Há sempre facetas tristes e alegres na realidade que vivemos. E, por isso, temos sempre a possibilidade de viver o momento presente, como causa de ressentimento ou como causa de alegria. É na escolha que reside a nossa verdadeira liberdade. E esta liberdade, em última análise, é a liberdade de amar.
É capaz de ser uma boa ideia perguntarmos a nós mesmos como é que desenvolvemos a nossa capacidade de optar pela alegria. Talvez possamos reservar alguns momentos no final do nosso dia, para ver como é que o passámos - seja o que for que tenha acontecido - e agradecer a oportunidade de o ter vivido. Se assim o fizermos, aumentaremos a capacidade do nosso coração para optar pela alegria. E, ao construirmos um coração mais alegre, tornar-nos-emos, sem nenhum esforço extraordinário, fonte de alegria para os outros. Assim como a tristeza origina tristeza, assim a alegria origina alegria.» - Henri Nouwen, em "Aqui e Agora"
terça-feira, 7 de outubro de 2008
ENCONTRAR A ALEGRIA
É frequente descobrirmos a alegria no meio da tristeza. Eu recordo os tempos mais tristes da minha vida como sendo oportunidades em que tomei maior consciência de alguma realidade espiritual muito maior que eu próprio, uma realidade que me permitiu viver a dor com esperança. Atrevo-me mesmo a dizer: «A minha angústia foi precisamente o lugar onde encontrei a alegria». Seja como for, nada acontece automaticamente na vida espiritual. A alegria não é algo que acontece assim sem mais nem menos. Temos de escolher a alegria e continuar a escolhê-la todos os dias. É uma escolha baseada no conhecimento de que encontramos em Deus o nosso refúgio e segurança e de que nada, nem sequer a morte, nos pode separar de Deus.» - Henri Nouwen, em "Aqui e Agora"
domingo, 5 de outubro de 2008
DEUS AMA-TE

sexta-feira, 3 de outubro de 2008
TODOS TÊM NECESSIDADE DE TI
bem mais os que o ignoram do que os que o sabem.
O faminto julga andar em procura do pão e tem fome de ti;
o sedento imagina que quer água e tem sede de Ti;
o doente tem a ilusão de desejar a saúde e o seu mal é a tua ausência.
Quem neste mundo procura o belo,
procura-te a Ti, sem o saber, a Ti que és a beleza íntegra e perfeita;
o que nos seus pensamentos persegue o verdadeiro,
busca-te a Ti que és a única verdade digna de ser conhecida;
e o que estende os braços para a paz,
levanta-os em direcção a Ti que és a única paz onde podem repousar os corações.
Eles chamam Ti sem saber que te chamam
e o seu grito é indizivelmente mais doloroso que o nosso.»
(G. Papini, em "História de Cristo")
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
DESPOJAR-SE (2ª Parte)
No fundo, ocorre um mistério trágico: o nosso «eu» tende a converter-se em «deus». Isto é: o nosso «eu» reclama e exige culto, amor, admiração, dedicação e adoração a todos os níveis, que só a Deus são devidos.(...)
Quando o interior do homem está liberto de interesses, propriedades e desejos, Deus pode estar nele sem dificuldade. Ao contrário, na medida em que o nosso interior está ocupado pelo egoísmo, não há já lugar para Deus. É um território ocupado.
Assim chegamos a compreender que o primeiro mandamento é idêntico à primeira bem-aventurança: quanto mais pobres, desprendidos e desinteressados somos, «mais» Deus é Deus em nós. Quanto mais somos «deus» para nós mesmos, «menos» Deus é Deus em nós. O plano está, pois, muito claro: «importa que Ele cresça e «eu» diminua» (Jo. 3, 30).» (Ignacio Larrañaga, em "Mostra-me o Teu Rosto")
INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO
“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...

-
A Vilma do blog - Coisas de mim , desafiou-me para falar das características que mais me marcam na pessoa de Jesus. É com prazer e alegria q...
-
O que é um cristão? Como se reconhece um cristão? “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13...
-
«Considero-me como débil passarinho coberto de leve plumagem. Não sou águia; só tenho dela os olhos e o coração, mas apesar da minha extr...