«Quando Jesus fala de perdão corta o mal pela raiz. Ensina-nos a relativizar o nosso eu. Sugere que nos desviemos uns milímetros do centro do mundo e seremos menos atingidos pelas setas que se desprendem do quotidiano. Sugere-nos que vejamos melhor os outros.
Uma folha não é um livro nem um degrau é uma escada.
Não se define um amigo ou um estranho, por meia dúzia de palavras que disse a nosso respeito, ou mesmo por alguma atitude reprovável que acerca de nós tenha tomado.
O cristianismo não defende uma moral de patetas pseudo-insensíveis à realidade que os circunda. Convida a uma atitude inteligente e pacífica que saiba relativizar as limitações dos outros, mesmo quando as consequências incidem sobre a nossa pessoa.
Acredito cada vez mais que quem não entendeu isto dificilmente chegará a viver a experiência da Paz. E nunca descobrirá a profundidade e até a beleza do perdão.
Uma folha não é um livro nem um degrau é uma escada.
Henrique Manuel, em "Mas Há Sinais..."
domingo, 31 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
SÓ NO AMOR...
«Só no amor do outro como outro, na passagem da esfera inteira do eu para o tu, é que o homem se encontra no caminho que vai do homem à humanidade. (...)
O homem só se comprova, só chega a si mesmo no encontro; é no acontecimento do olhos nos olhos que a verdade nasce, e que se revela espontaneamente, de modo livre, por graça, a profundidade do ser humano.»
Hans Urs von Balthasar, em "Só o Amor é Digno de Fé"
O homem só se comprova, só chega a si mesmo no encontro; é no acontecimento do olhos nos olhos que a verdade nasce, e que se revela espontaneamente, de modo livre, por graça, a profundidade do ser humano.»
Hans Urs von Balthasar, em "Só o Amor é Digno de Fé"
domingo, 24 de janeiro de 2010
MARÉS E MARINHEIROS

«A vida hoje afastou-nos da natureza: as paisagens urbanas, com as suas florestas de betão, encerram a vida entre paredes eficazes, super-cómodas, é certo, mas o ar que respiramos por alguma razão se chama “ar condicionado”.
O que acredito é que precisamos de amplitude, de campos vastos a perder de vista, de viagens mais profundas que as da rotina. Precisamos perceber o silêncio das coisas, cúmplice do silêncio da nossa alma.
Precisamos da liberdade leve dessas horas inapreensíveis que passamos junto ao mar.
Há um poeta que diz: “Deus anda à beira d’água”. Não me admiro nada. A imensidão, o nome límpido, a alegria azul do mar são lugares onde Deus deixou o Seu toque.
Os caminhos marítimos para os outros continentes estão descobertos.
O que acredito é que precisamos de amplitude, de campos vastos a perder de vista, de viagens mais profundas que as da rotina. Precisamos perceber o silêncio das coisas, cúmplice do silêncio da nossa alma.
Precisamos da liberdade leve dessas horas inapreensíveis que passamos junto ao mar.
Há um poeta que diz: “Deus anda à beira d’água”. Não me admiro nada. A imensidão, o nome límpido, a alegria azul do mar são lugares onde Deus deixou o Seu toque.
Os caminhos marítimos para os outros continentes estão descobertos.
Falta, talvez, (re)descobrir o caminho marítimo para o porto secreto de cada coração.
José Tolentino Mendonça
José Tolentino Mendonça
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
RECEBER E VIVER A VERDADE
«O cristão não reflecte ao jeito dum filósofo que inventa, de certo modo, a sua verdade e a propõe a outras pessoas. O cristão não inventa a verdade, recebe-a. (...)
O cristianismo não é uma filosofia, a Revelação não se situa no plano da explicação das coisas: ilumina o nosso caminhar até Deus, o que é totalmente diferente.
A Revelação diz-nos qualquer coisa sobre Deus e qualquer coisa sobre o homem, na medida em que isso é necessário à verdade da nossa relação viva, real, com Deus.»
François Varillon, em "Alegria de Crer e Viver"
O cristianismo não é uma filosofia, a Revelação não se situa no plano da explicação das coisas: ilumina o nosso caminhar até Deus, o que é totalmente diferente.
A Revelação diz-nos qualquer coisa sobre Deus e qualquer coisa sobre o homem, na medida em que isso é necessário à verdade da nossa relação viva, real, com Deus.»
François Varillon, em "Alegria de Crer e Viver"
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
SOU EU, NÃO TEMAS
Sou eu, não temas. Não me ouves quebrar
em ti todos os meus sentidos?
O meu sentir que asas veio a encontrar,
voa, branco, à volta da tua face sem ruídos.
Não vês a minha alma de silêncio vestida
mesmo frente a ti aparecida?
Não amadurece minha oração em flor
no teu olhar como numa árvore de suave odor?
Eu sou o teu sonho, se sonhador fores.
Sou a tua vontade, se velar quiseres
e apodero-me da magnificência sem par
e arredondo-me como um silêncio estelar
sobre a estranha cidade do tempo a passar.
Rainer Maria Rilke (1875-1926)
In «O Livro de Horas»,
em ti todos os meus sentidos?
O meu sentir que asas veio a encontrar,
voa, branco, à volta da tua face sem ruídos.
Não vês a minha alma de silêncio vestida
mesmo frente a ti aparecida?
Não amadurece minha oração em flor
no teu olhar como numa árvore de suave odor?
Eu sou o teu sonho, se sonhador fores.
Sou a tua vontade, se velar quiseres
e apodero-me da magnificência sem par
e arredondo-me como um silêncio estelar
sobre a estranha cidade do tempo a passar.
Rainer Maria Rilke (1875-1926)
In «O Livro de Horas»,
domingo, 17 de janeiro de 2010
FELIZ
Feliz aquele que cedo se levanta para procurar a Sabedoria
Encontra-a sentada à sua porta
Feliz aquele que se consagra ao inútil e ao gratuitoEntra na liberdade na casa de Deus
Feliz aquele que perde o tempo de simplesmente existirEncontra o Autor do sétimo dia
Feliz aquele que mergulha nas raízes do seu serSente a Fonte a brotar em si
Feliz aquele que se reconhece mendigo de AbsolutoDá o nome à fome do seu grito
Feliz aquele que descobre o seu rosto interior
Tropeça na alegria
Feliz aquele que até esquece os seus pecadosConhece o repouso do Amor
Feliz aquele que olha o outro como Deus o vê
Torna-se aquilo que contempla
Jacques Gauthier
Encontra-a sentada à sua porta
Feliz aquele que se consagra ao inútil e ao gratuitoEntra na liberdade na casa de Deus
Feliz aquele que perde o tempo de simplesmente existirEncontra o Autor do sétimo dia
Feliz aquele que mergulha nas raízes do seu serSente a Fonte a brotar em si
Feliz aquele que se reconhece mendigo de AbsolutoDá o nome à fome do seu grito
Feliz aquele que descobre o seu rosto interior
Tropeça na alegria
Feliz aquele que até esquece os seus pecadosConhece o repouso do Amor
Feliz aquele que olha o outro como Deus o vê
Torna-se aquilo que contempla
Jacques Gauthier
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
A REVOLUÇÃO DO AMOR
O eixo da revolução moral cristã é o amor (Jesus o classificou como o sinal pelo qual o discípulo seria reconhecido). O perigo espreita em nossas tentativas subtis de minimizar, racionalizar e justificar nossa moderação a esse respeito. Oferecer a outra face, caminhar a milha extra, não devolver os insultos, reconciliar-se um com o outro e perdoar setenta vezes sete vezes não são caprichos arbitrários do Salvador. Ele não prefaciou o Sermão do Monte com "seria bom se...". O novo mandamento estrutura a nova aliança no seu sangue. Tão central é o preceito do amor que Paulo o chamou cumprimento da Lei.
Segundo John McKenzie, "a razão demanda moderação no amor, como em todas as coisas; a fé, aqui, destrói a moderação. A fé não tolera um amor moderado por um companheiro humano mais do que tolera um amor moderado entre Deus e o homem". O mandamento do amor é o completo código moral do cristão. Thomas Merton declarou que um "bom" cristão que abriga ódio no coração por qualquer pessoa ou grupo étnico é objectivamente um apóstata da fé.
Brennan Manning, em "Convite à Loucura"
Segundo John McKenzie, "a razão demanda moderação no amor, como em todas as coisas; a fé, aqui, destrói a moderação. A fé não tolera um amor moderado por um companheiro humano mais do que tolera um amor moderado entre Deus e o homem". O mandamento do amor é o completo código moral do cristão. Thomas Merton declarou que um "bom" cristão que abriga ódio no coração por qualquer pessoa ou grupo étnico é objectivamente um apóstata da fé.
Brennan Manning, em "Convite à Loucura"
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
SÊ VERDADEIRAMENTE HUMANO
«Receais que eu seja humano, demasiado humano? Desconfiai desse receio; por essa via, podereis derivar para o desumano, acreditando que assim vos aproximais de mim, ou mesmo que falais em meu lugar.
Engano total.
Se quiserdes estar próximos de mim,
tornai-vos tão humanos quanto possível.
É essa a vossa maior proximidade.
Porque a minha distância está para além de toda a distância que vos é dado criar ou compreender.
Permanecei, pois, no vosso lugar.
É aí que Eu estou.»
Maurice Bellet
Engano total.
Se quiserdes estar próximos de mim,
tornai-vos tão humanos quanto possível.
É essa a vossa maior proximidade.
Porque a minha distância está para além de toda a distância que vos é dado criar ou compreender.
Permanecei, pois, no vosso lugar.
É aí que Eu estou.»
Maurice Bellet
domingo, 10 de janeiro de 2010
A PRESENÇA DE DEUS ENTRE NÓS
«Deus vem buscar o homem.
A beleza não é mais do que Deus que vem buscar o homem.
Tudo aquilo que é beleza no mundo é como uma encarnação.
Em tudo aquilo que nos dá o puro sentimento do belo, há presença real de Deus.
A beleza é esta presença de Deus entre nós.»
Simone Weil
A beleza não é mais do que Deus que vem buscar o homem.
Tudo aquilo que é beleza no mundo é como uma encarnação.
Em tudo aquilo que nos dá o puro sentimento do belo, há presença real de Deus.
A beleza é esta presença de Deus entre nós.»
Simone Weil
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
SÓ O AMOR É CREDÍVEL
«Só o amor é credível, nada mais do que o amor pode e deve ser crido...
O amor não quer outra recompensa excepto uma resposta de amor, por isso Deus, pelo seu amor, pretende de nós apenas o nosso. (...)
Quanto mais profundamente os raios do amor justificante de Deus penetrarem como «salvação» no nosso ser, tanto mais incondicionalmente a nossa liberdade será capacitada para amar e chamada ao amor e, numa espécie de «geração originária», surgirá em nós uma resposta de amor; permanecendo em nós balbuciante e no estado nascente, ela, pela mediação do amor pleno do Filho (portanto numa fé n`Ele que não se pode ultrapassar), adquire a sua plenitude e a sua justeza genuína.»
Hans Urs von Balthasar, em "Só o Amor é Digno de Fé"
O amor não quer outra recompensa excepto uma resposta de amor, por isso Deus, pelo seu amor, pretende de nós apenas o nosso. (...)
Quanto mais profundamente os raios do amor justificante de Deus penetrarem como «salvação» no nosso ser, tanto mais incondicionalmente a nossa liberdade será capacitada para amar e chamada ao amor e, numa espécie de «geração originária», surgirá em nós uma resposta de amor; permanecendo em nós balbuciante e no estado nascente, ela, pela mediação do amor pleno do Filho (portanto numa fé n`Ele que não se pode ultrapassar), adquire a sua plenitude e a sua justeza genuína.»
Hans Urs von Balthasar, em "Só o Amor é Digno de Fé"
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
O FOGO DO ESPÍRITO SANTO
domingo, 3 de janeiro de 2010
A VIDA EM SEU APOGEU
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
FELIZ E ABENÇOADO ANO NOVO!

Desejo a todos um Feliz, Abençoado e Iluminado Ano de 2010!!!
Que Deus vos ilumine com a Luz do Amor, da Fé, da Alegria, da Esperança, da Sabedoria e da Paz!«Que o Anjo do Amor preencha teu coração
Que o Anjo da Alegria ilumine teu sorriso
Que o Anjo da Justiça te alerte sempre
Que o Anjo da Amizade te ampare com carinho
Que o Anjo do Perdão te fortaleça
Que o Anjo da Luz te ilumine,
e te mantenha como seu emissário,
espalhando luz para todos que
cruzem o teu caminho neste ano de 2010.»
Que Deus vos ilumine com a Luz do Amor, da Fé, da Alegria, da Esperança, da Sabedoria e da Paz!«Que o Anjo do Amor preencha teu coração
Que o Anjo da Alegria ilumine teu sorriso
Que o Anjo da Justiça te alerte sempre
Que o Anjo da Amizade te ampare com carinho
Que o Anjo do Perdão te fortaleça
Que o Anjo da Luz te ilumine,
e te mantenha como seu emissário,
espalhando luz para todos que
cruzem o teu caminho neste ano de 2010.»
ABRAÇO FRATERNO!
Subscrever:
Mensagens (Atom)
INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO
“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...

-
A Vilma do blog - Coisas de mim , desafiou-me para falar das características que mais me marcam na pessoa de Jesus. É com prazer e alegria q...
-
O que é um cristão? Como se reconhece um cristão? “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13...
-
«Considero-me como débil passarinho coberto de leve plumagem. Não sou águia; só tenho dela os olhos e o coração, mas apesar da minha extr...