Que NOS fica de cada Natal celebrado?
São palavras? São perguntas?
São palavras? São perguntas?
Nascem dos olhos, abertos, perspicazes… das notícias que magoam os ouvidos… das pontas dos dedos da Ternura… do Silêncio e dos gritos que se ouvem e… não calamos…
Nascem do Dom sempre inesperado… nascem da Gratidão…
Nascem do espanto… do Milagre anunciado:
“Um Deus que aceita fazer-se tempo irrompendo no mundo em meses estabelecidos com nascimento, morte e ressurreição”
Menino sem lugar como tantos meninos “Nascesses hoje, e seria num barco de imigrados, atirado ao mar juntamente com a mãe, à vista da costa da Puglia, da Calábria”…
Chegarias talvez num barco sírio empurrado até às loiras praias da ilha de Lampedusa, por 3 correntes contrárias - ganância, guerra, Esperança... Serias talvez desinfectado nu entre muitos num qualquer centro de “acolhimento”…
São palavras? São perguntas "para andar a girar na boca"?
Em que caderno, em que bolso, em que gaveta nós as vamos arrumar?
*Os excertos entre aspas saíram de um livro chamado “Caroço de Azeitona” de Erri de Luca
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Glória Marques
Desenho: Agustin De La Torre
Desenho: Agustin De La Torre
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