De facto, os primeiros que se encontraram com ele foram chamados "discípulos", alunos, ou seja, homens e mulheres dispostos a aprender com o seu Mestre Jesus.
Nós, cristãos de hoje, temos de nos perguntar se não esquecemos que ser cristãos é simplesmente "viver aprendendo " de Jesus. Ir descobrindo com ele qual é a forma mais humana, mais autêntica e mais feliz de enfrentarmos a vida.
Quantos esforços não são feitos hoje em dia para aprender como ter sucesso na vida: métodos para obter sucesso no trabalho profissional, técnicas para conquistar amigos, artes para sermos bem-sucedidos nas relações sociais. Mas onde podemos aprender a ser simplesmente humanos?
São bastantes os cristãos para quem Jesus não é de modo algum o inspirador da sua vida. Não conseguem ver que relação possa existir entre Jesus e a sua vida quotidiana. Jesus tornou-se uma personagem que eles pensam conhecer desde a infância, quando na realidade ele permanece para muitos o "grande desconhecido".
Um Jesus sem consistência real, incapaz de alegrar a sua existência quotidiana. E, no entanto, esse Jesus melhor conhecido e mais fielmente seguido, poderia transformar as nossas vidas. Não como o mestre distante que deixou um legado de sabedoria admirável à humanidade, mas como alguém vivo que, das profundezas do nosso ser, nos acompanha com paciência, compreensão e ternura.
Ele pode ser o nosso Mestre de vida. Pode ensinar-nos a viver, não para manipular os outros, mas para servir. Pode mostrar-nos que é melhor viver dando do que acumulando. Ouvindo a sua mensagem e seguindo os seus passos, podemos aprender a viver de uma forma mais solidária e menos egoísta, a arriscarmos mais por tudo o que é bom e justo, a amar as pessoas como ele as amava, a confiar no Pai como ele confiava."
José Antonio Pagola, in “O Caminho Aberto por Jesus – Marcos”
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