No romance de N. Kazantzaki, Última Tentação de Cristo (depois adaptado ao cinema por Martin Scorcese), um personagem dirige-se a Deus e pergunta-lhe qual o seu verdadeiro nome. E uma voz responde: - O meu nome é «Não-é-bastante». É o nome que eu grito em silêncio a todos aqueles que se atrevem a amar-me.
Não-é-bastante... Talvez seja este o nome de todo o verdadeiro amor.
Nunca se ama o suficiente. O amor é uma estrada que continua sempre para além do horizonte.
No horizonte visual duma grande planície pomo-nos a andar em direcção ao horizonte. Mas quando chegamos onde antes nos parecia ser o fim do horizonte, o fim deslocou-se para além do horizonte...
S. João da Cruz dizia que «o amor é fogo que arde com apetite de arder mais. Sempre mais!»
E a tal voz:
«O meu nome é "Não-é-bastante".
É o nome que eu grito em silêncio a todos aqueles que se atrevem a amar-me.»
Henrique Manuel, em "Mas Há Sinais..."
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