segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"DEUS EXISTE. EU ENCONTREI-O!"


André Frossard: do ateísmo... ao fervor da fé!


Quem era André Frossard? (cliquem sobre o nome) Ele próprio conta a sua história num livro intitulado "Deus Existe. Eu Encontrei-o." Este livro deu a volta ao mundo inteiro e suscitou entusiasmo e desprezo. Como sempre! Há quem veja e há quem não queira ver; há quem ouça e há quem não queira ouvir. Não há por que nos admiremos.

André Frossard era o filho do primeiro secretário do Partido Comunista Francês: a sua família era ateia e afastada de toda a problemática religiosa. Observa com fina ironia: «Na nossa casa, nem por distracção se aflorava o assunto "religião". Éramos ateus perfeitos, daqueles que nunca se interrogam sobre o seu ateísmo.»

No entanto, aos vinte anos de idade, André Frossard tem um extraordinário e inefável encontro com Deus. Ele começa assim o relato memorável do encontro com Deus:

«Agora, acontece que, por um acaso extraordinário, conheci a verdade sobre a mais debatida das causas e sobre o mais antigo dos problemas: Deus existe. E eu encontrei-o!
Encontrei-o por combinação - antes deveria dizer: por acaso, se o acaso tivesse algo a ver com esta espécie de aventura. - Encontrei-o com o assombro e aturdimento de quem, ao virar a esquina habitual da costumada rua de Paris, visse diante dos olhos, em vez da praça e do cruzamento de todos os dias, um mar inesperado que se estende até ao infinito, lambendo com as suas ondas as paredes das casas. Um momento de espanto que ainda dura. Nunca me habituei à existência de Deus.»

Ele prossegue assim o relato da sua experiência:

«Ás cinco e dez de uma tarde (era o dia 8 de Julho de 1937), entrei numa capela do bairro latino de Paris para procurar um amigo e saí às cinco e um quarto, com um amigo que não era deste mundo. Entrei céptico e ateu (…) e mais que céptico e ateu, entrei indiferente e tão preocupado com outras coisas do que com um Deus que eu nem sequer pensava em negar (…)

Em pé junto da porta, busquei com o olhar o meu amigo e não consegui reconhecê-lo (…)
O meu olhar passa da sombra à luz, retorna aos fiéis, sem ir atrás de nenhum pensamento, vai dos fiéis às religiosas imóveis, das religiosas ao altar e, depois, não sei porquê, detém-se na segunda vela que arde à esquerda da cruz. Não na primeira nem na terceira: na segunda. E, então, de repente, desencadeia-se uma série de prodígios que com inexorável violência desmontará num instante o ser absurdo que eu sou, para dar vida ao rapaz estupefacto que nunca fui.
Primeiro surgem-me estas palavras "vida espiritual."
Não ditas nem formadas por mim próprio. Ouvidas como se fossem pronunciadas ao meu lado em surdina por uma pessoa que está a ver o que eu ainda não vejo. (...)

Logo que a última sílaba deste prelúdio sussurrado atinge o fio da consciência, começa uma avalancha ao contrário. Não digo que o céu se abre; não se abre, atira-se, eleva-se de repente, silenciosa fulguração(...) Um cristal indestrutível, de uma transparência infinita, de uma luminosidade quase insustentável (um pouco mais ter-me-ia aniquilado) e azulada, um mundo, outro mundo de um esplendor e de uma densidade que atiram de chofre o nosso para as sombras frágeis dos sonhos irrealizados. (...)
Há uma ordem, no universo, e no cume, para lá deste véu de neblina resplandecente há a evidência de Deus (...) Um Deus cuja doçura sinto, uma doçura activa, desconcertante, que vai além de toda violência, capaz de quebrar a pedra mais dura e, mais duro ainda que a pedra, o coração humano.
A sua irrupção transbordante e total, é acompanhada por uma alegria que é a exultação de quem foi salvo, a alegria do náufrago que foi recolhido a tempo.(...)
Estas sensações, que tenho dificuldade de traduzir na linguagem inadequada das ideias e das imagens, são simultâneas (…)
Tudo é dominado pela presença (…) daquele cujo nome nunca poderei escrever sem o receio de ferir a sua ternura, aquele diante do qual tive a sorte de ser um filho perdoado, que se esforça para aprender que tudo é dom.

Então, uma oração comovida sela o relato da conversão de Frossard:
«Amor [Deus], para falar de ti será demasiado curta toda a eternidade»

Depois de escrever este relato André Frossard apercebe-se da enormidade das suas palavras e apressa-se a precisar:

«Não nego o que uma conversão como esta, pela sua característica de instantaneidade imprevista, pode ter de chocante e até inadmissíevl, para os espíritos contemporâneos que preferem as vias do racionalismo aos raios místicos e que apreciam cada vez menos as intervenções do divino na vida quotidiana.»

Fonte: "Onde está o teu Deus? - Histórias de conversões no século XX" (Angelo Comastri)

9 comentários:

Marlene Maravilha disse...

Nao existe nada mais gratificante do que ver testemunhos aonde o Espírito Santo de Deus age na vida das pessoas transformando-as.
Somos testemunhas disto, nao é verdade?
Abracos e um Ano Novo cheio da glória de Deus! Tenho um post novo.

Anónimo disse...

Olá,

Que maravilha de testemunhos. Muito gratificante.

Passando para conferir seu belo e edificante espaço e desejar um feliz ano novo e muita paz em seu lar.

Smack!

Edimar Suely
jesusminharocha.blig.ig.com.br

PQ disse...

Engraçado este post. Vendo aproximar a hora da morte, este senhor resolveu jogar pelo seguro...
Este aproximou-se do teísmo mas muitos mais se afastaram. Há conclusões?

joaquim disse...

A falta de tempo tem-me impedido de visitar os amigos.

Este relato tocou-me profundamente e revivi-o na minha vida e não estou, julgo eu, próximo da hora da morte.

Abraço amigo em Cristo

Anónimo disse...

Oi Paulo,
Tudo bem? Essa é a primeira vez aqui no seu blog. Cheguei até aqui procurando coisas de Henri Nouwen e pra minha surpresa encontrei seus posts. Fantástico esse testemunho de André Frossard, fiquei completamente alucinada para ler essa história dele.
Parabéns pelo seu trabalho.
Também tenho me dedicado a levar a outras pessoas a Maravilha e Grandiosidade de Jesus. Se depois quiser fazer uma visita no meu site: www.discursodaalma.com.br

fernando disse...

«Engraçado este post. Vendo aproximar a hora da morte, este senhor resolveu jogar pelo seguro...»

Provavelmente o caro comentador PQ não sabe do que fala. Convido-o a ler o livro.

Anónimo disse...

Que Nossa Senhora das Dores vos abênçõe e vos conceda a Santidade em Honra de Deus Nosso Senhor Jesus Cristo.

Emane sempre deste espaço virtual a Luz de Cristo pelos dons das sete Dores de Maria

ESDRAS ADILSON FELICIO disse...

Se Deus existe e você o encontrou, manda ele aqui em casa. Rua Ipumirim 70 em Joinville. Quero perguntar pra ele, porque ELE.. se existe, nos fez no planeta onde ele derrubou seu maior inimigo? Não seria se nos tivesse criado em outro lugar, que não na casa do satânico ser? E se ele permite que o mal nos atinja, porque ele é conivente com isso? É esse o AMOR DE DEUS? Bom.. Duvido que o autor do Blog publique minhas palavras, porque não se importa com opiniões contrárias, e sim somente com aquelas que fortalecem o ponto de vista dele ou que corroboram sua fé no INEXISTENTE. Seria muito bom que Deus existisse mesmo. Torço para que os ANNUNAKIS sejam a realidade do tal DEUS YAVÉH que não passa de um ser de carne e osso como nós, crias genéticas destes seres estelares. Publique se tiveres coragem.

carlos disse...

Também compartilho da ideia do Esdras se existe um deus por que tem que ser o cristão,se for olhar na história muitos alegam ter tido um encontro com os deuses´sendo assim esse também devem existir?Ah manda ele pra minha casa e nem preciso dar meu endereço por que ele é onisciente não é?

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