O Pai que perdoa, Frank Wesley, 1998.
Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.
O filho disse-lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.'
Mas o pai disse aos seus servos: 'Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.'
E a festa principiou.
Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.'
Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse.
Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.'
O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'
(Lucas 15, 20-32 )
«O evangelho desvela o verdadeiro rosto do Pai – um rosto materno – e a sua incurável debilidade diante do filho “pecador” arrependido.
O filho mais velho, ainda que não tivesse deixado a casa paterna, está distante da ternura do Pai. Sua fidelidade é puramente formal; sua obediência está privada de alegria e de amor; o seu coração é mesquinho e ele recusa-se a abandonar os seus esquemas rígidos.
A verdadeira traição é a daquele que permanece sem dar o passo decisivo: ultrapassar a soleira da porta e penetrar no centro da casa onde está o coração do Pai. Este coração, que recupera o filho por meio da nostalgia, do desejo, da espera vigilante: “Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos”.
Somos convidados a participar da festa final, caso contrário, faremos como o filho mais velho que com o seu coração ressequido interrompe a festa, os bailes, a música e o banquete. Como um diligente executor de ordens, não suporta a alegria e azeda a vida de todos os que estão disponíveis para a alegria e a ternura. Ele desafina a partitura paterna da sinfonia da misericórdia com uma nota que tem o poder de estragar a sua harmonia e suspender a sua execução. A música só voltará a tocar se ele, o distante, passar pela soleira da porta e entrar na festa.
Será que terá esta magnanimidade?»
Será que terá esta magnanimidade?»
Comunidade dos Manos da Terna Solidão
Pe. Paulo Botas, mts
Pe. Eduardo Spiller, mts
Adaptado de: http://matersol.blogspot.pt/2013/09/o-caminho-da-beleza-43-xxiv-domingo-do.html
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