Somente porque é Natal
ele veio nascer à minha porta
como se fora eu a sua mãe.
É de linho o pano que
cobre
meus braços, levemente
encurvados, para neles caber
o berço de embalar
o menino sem presépio.
A pausa do vento
a preparar a neve
lembra-me o desamparo
de outras crianças, tantas,
a quem a fome quebranta o choro.
E digo: venham
habitar
para sempre o meu poema
como se fossem meus filhos.
Graça Pires
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