domingo, 25 de outubro de 2015

EXERCÍCIO DE ESPERANÇA

«Precisamos de alguém que nos olhe com esperança

Miguel Ângelo dizia que as suas esculturas não nasciam de um processo de invenção, mas de libertação. Ele olha­va para as pedras toscas, completamente em bruto, e conseguia ver aquilo em que se podiam tornar. Por isso, ao descrever o seu ofício, o escultor explicava: «O que eu faço é libertar.» 

Estou convencido que as grandes obras de criação (também a da criação e da recriação do Ho­mem) nascem de um processo semelhante, para o qual não encontro melhor expressão do que esta: exercício de esperança. Sem esperança só notamos a pedra, o carácter tosco, o obstáculo fatigante e irresolúvel. É a esperança que entreabre, que faz ver para lá das duras condições a riqueza das possibilidades ainda escondidas. A esperança é capaz de dialogar com o futuro e de o aproximar. A nossa existência, do princípio ao fim, é o resultado de uma profissão de fé.»

José Tolentino Mendonça, in Pai-nosso que estais na terra

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