segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

EXPERIMENTA O AMOR DE DEUS



«Da mesma forma que o sol aquece a pele e perpassa todo o corpo,
o amor de Deus quer incidir sobre todos os poros de nosso ser. 
O amor de Deus não é algo meramente cognitivo;
ele pode ser experimentado no contacto com a criação,
com o sol que nos ilumina ou o vento que nos acaricia ternamente.
O amor é sem objecto.
Ele simplesmente é.
Este também é um desejo que todos nós temos,
o de sermos simplesmente amor. 


Há aquelas pessoas visivelmente cheias de amor, totalmente permeáveis ao amor divino. Elas não estão apaixonadas por outra pessoa, mas irradiam o amor em todo o seu ser. Seu amor está presente no relacionamento com todos aqueles que elas encontram: têm a capacidade de se dirigir a cada um com total benevolência. Seu amor existe para os animais e plantas, para uma estátua ou uma pintura, assim como para a música. Está presente em cada momento. A presença destas pessoas nos faz sentir bem: irradiam amor; suas mãos têm algo de carinhoso. Não é possível descrever o que se passa connosco quando encontramos uma pessoa assim; de alguma maneira nos sentimos aceites, levados a sério, respeitados, amados; nosso coração começa a "degelar"; sentimo-nos livres, não precisamos ocultar nada, podemos ser realmente como somos.»


Anselm Grun, em "Abra seu coração para o amor"

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O MISTÉRIO DO AMOR DE DEUS

«O mistério do amor de Deus consiste em que os nossos corações ardentes e os nossos ouvidos e olhos receptivos possam descobrir que Aquele que encontrámos na intimidade do nosso ser continue a revelar-se a nós entre os pobres, os doentes, os famintos, os prisioneiros, os refugiados e todas as pessoas que vivem no medo.

Assim percebemos finalmente que a nossa missão não consiste apenas em ir falar do Senhor ressuscitado aos outros, mas também em receber esse testemunho daqueles a quem somos enviados.
Muitas vezes, a missão é vista exclusivamente em termos de dar, mas a verdadeira missão também é receber. Se é verdade que o Espírito de Jesus sopra onde quer, não há ninguém que não possa transmitir esse mesmo Espírito. 
A longo prazo, a missão só é possível na medida em que for tanto receber como dar, tanto ser amado como amar. Nós somos enviados aos doentes, aos moribundos, aos deficientes, aos prisioneiros e aos refugiados para lhes levar a boa nova da ressurreição do Senhor.
Em breve, porém, ficaremos queimados, se não conseguirmos receber o Espírito do Senhor daqueles a quem somos enviados.

Esse Espírito, o Espírito de amor, está escondido na sua pobreza, fragilidade e dor. Foi por isso que Jesus disse: «Bem aventurados os pobres, os perseguidos, os que choram.» De cada vez que lhes estendermos a mão, eles, por sua vez – quer tenham consciência disso quer não – abençoar-nos-ão com o Espírito de Jesus, tornando-se assim nossos ministros.

Sem esta troca mútua de dar e receber, missão e ministério tornam-se facilmente manipuladores ou violentos. Quando só um é que dá e o outro recebe, quem dá, em breve, torna-se opressor e quem recebe torna-se vítima. No entanto, quando o que dá recebe e o que recebe dá, o círculo de amor, iniciado na comunidade dos discípulos, pode crescer até abarcar o mundo.»

Henri Nouwen, em “Não nos ardia o coração?”

domingo, 20 de fevereiro de 2011

OBJECTIVO DA MINHA VIDA

«O objectivo da minha vida é que o meu ego deixe de bloquear a imagem original e genuína de Deus, que existe dentro de mim, e que eu permaneça sempre permeável ao seu Espírito.

Tenho confiança de que a minha vida se tornará uma bênção para outras pessoas, de que eu próprio me tornarei uma bênção, se deixar de circular, de forma egocêntrica, à volta do meu próprio sucesso ou de me fixar no meu próprio resultado. Só então serei verdadeiramente livre. Nessa altura, serei verdadeiramente capaz de amar. (...)

Pressinto que o meu objectivo é ser totalmente eu próprio, ser totalmente aquilo para que Deus me designou, sem utilizar Deus a meu favor e sem querer dar provas de mim a mim mesmo.

O meu objectivo é, portanto, tornar-me aquele que sou com origem em Deus, e gerar frutos, tal como Jesus prometeu àqueles que n´Ele permanecem e junto de quem Ele permanece.

E eu sei que só serei verdadeiramente produtivo quando abandonar o meu ego e me tornar totalmente permeável ao amor. Um amor que brota em mim para correr através de mim na direcção dos outros e os alegrar."

Anselm Grün, em "O Livro das Respostas"

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O QUE É QUE ME VALORIZA?

Todas as pessoas têm o seu valor, porque são criaturas de Deus. (...)

Valoriza-me o facto de ser humano, de ter sido criado por Deus e por Ele escolhido.
E valoriza-me o facto de existir em mim qualquer coisa que pertence apenas a mim.
Ninguém sente as coisas da mesma maneira que eu.
Ninguém fala da mesma maneira que eu.
Ninguém respira da mesma maneira que eu.
Não devo ver o meu valor apenas naquilo que eu consigo fazer.
As minhas capacidades fazem parte do meu valor, mas não o esgotam. Apenas têm valor como parte da minha pessoa, que é única, e em que o próprio Deus se revela. (...)

O valor e a dignidade das pessoas consiste no facto de Deus ter criado o Homem à sua imagem e semelhança.
No ser humano resplandece, portanto, o rosto de Deus. É essa a mensagem da Bíblia.

Para os cristãos, isso teve, mais uma vez, outro aprofundamento, devido ao facto de Deus ter encarnado em Jesus de Nazaré.
Se acreditarmos nisso, vemos em cada rosto humano o rosto de Jesus Cristo. (...)
O facto de existir em nós uma vida divina, um espírito divino e um amor divino, constitui a mais profunda das nossas dignidades.

Anselm Grün, em "O Livro das Respostas"

domingo, 13 de fevereiro de 2011

NA CASA DE DEUS

«Na casa de Deus há muitas moradas. Há lugar para todos - um lugar único e especial. Se acreditarmos profundamente que somos preciosos aos olhos de Deus, então seremos capazes de descobrir também a valia dos outros e o lugar único que ocupam no coração de Deus.
Não é possível entrar em competição para ver quem é que ganha o amor de Deus. 
O amor de Deus é um amor que abraça a todos - cada um na sua própria unicidade. 


Só quando reivindicamos o nosso lugar no amor de Deus é que podemos experimentar o abraço total desse mesmo e incomparável amor e sentirmo-nos em segurança, não só em relação a Deus mas também em relação a todos os irmãos e irmãs.»

Henri Nouwen, Viver é ser amado

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

«ENTRAI PELA PORTA ESTREITA!"

"Sem esforço, sem trabalho e sem renúncia não se pode experimentar a felicidade. 
É o que quer dizer a expressão do Evangelho: "Entrai pela porta estreita!" 
Deus dá a cada um a sua graça, mas só a pode receber quem se despojar e arranjar espaço no seu interior para a acolher." 


Vasco Pinto de Magalhães, s.j. in "Não há soluções, há caminhos" 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

AUTO-REALIZAÇÃO EM CRISTO

"Cada um de nós somente encontra a sua realização quando ama.
Cada um de nós só é plenamente homem pelo amor.


A auto-realização de cada um de nós tem o seu cumprimento na medida em que nos abrimos a Cristo, na medida em que deixamos que Ele ame em nós, que viva em nós. Se te abrires totalmente a Cristo poderias também dizer como São Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gl 2, 20). E Cristo tem mesmo este desejo extraordinário: quer amar cada um de nós com especial amor, quer tantos rostos quantos os homens sobre a terra.


A nossa auto-realização encontra a sua concretização mediante a vida em verdade e pela resposta ao chamamento de Deus ao amor.
Sem uma vida vivida em verdade não se pode sequer falar de amor no sentido sobrenatural. Esse amor, de facto, é o amor do próprio Cristo em nós. E Ele vive em nós, na medida em que, vendo-nos na verdade, isto é, reconhecendo a nossa fraqueza, nós O invocamos, na medida em que queiramos que Ele seja a nossa vida.» 

Tadeusz Dajczer, em "Meditações sobre a Fé"

domingo, 6 de fevereiro de 2011

FERIDAS QUE CURAM

"Ninguém escapa de ser ferido. Somos todos pessoas feridas, física, emocional, mental ou espiritualmente. A questão principal não é "como podemos esconder nossas feridas", assim não temos de nos sentir envergonhados, mas "como podemos colocá-las a serviço de outros". 

Quando nossas feridas deixam de ser uma fonte de vergonha e passam a uma fonte de cura, tornamo-nos pessoas feridas que curam.
Jesus é o enviado de Deus que, mesmo ferido, cura. Por meio de suas feridas somos curados. O sofrimento e a morte de Jesus trouxeram alegria e vida. Sua humilhação trouxe glória; sua rejeição, uma comunidade de amor.
Como seguidores de Jesus, também podemos permitir que as nossas feridas tragam a cura aos outros."

Henri Nouwen, em "Pão para o caminho"

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

DAR A VIDA

"Para uma vida ser bela, não é indispensável possuirmos capacidades extraordinárias ou sermos muito dotados: existe felicidade no dom humilde de nós próprios." 

Irmão Roger, de Taizé, em "Viver em tudo a Paz do Coração

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SÓ LEVAMOS O QUE DEMOS


"... A morte onde cada um entra absolutamente só, levando consigo unicamente o que se deu.
O que não se deu fica aí e apodrece pouco a pouco; mas o que se deu é transformado em ser e vai com a pessoa para a eternidade. 
Porque o nosso ser constrói-se com o que damos..." 


François Varillon, em "Alegria de Crer e Viver

INDAGAÇÕES SOBRE O CARPINTEIRO

“A árvore é força vertical da natureza, da terra em direcção ao céu. Tem a postura da espécie humana. Por isso o cego que Jesus curou em Bet...